A maior das assembleias de voto das eleições legislativas no Afeganistão fecharam, este domingo, as suas portas com duas constatações: uma maior abstenção em relação às presidenciais de 2004 e poucos incidentes.
De acordo com um grupo de independentes afegãos, a afluência às urnas deverá ter rondado os 50 por cento, apesar da Comissão Eleitoral do Afeganistão (JEMB) ter garantido que ainda é muito cedo para chegar a conclusões.
Cerca de 12,5 milhões de afegãos estavam inscritos nos cadernos eleitorais para eleger os 249 membros da Câmara Baixa do Parlamento e os 420 representantes dos 34 conselhos provinciais, nas primeiras eleições com sufrágio universal da sua história.
Embora as assembleias de voto tenham previsto fechar as portas às 16:00 locais (12:30 em Lisboa), as pessoas que se encontravam dentro das instalações poderiam exercer o direito de voto depois dessa hora, conforme explicou o chefe eleitoral da JEMB, Peter Erben.
Incidentes sem consequências graves
Em Conferência de imprensa, aquele responsável afirmou que algumas assembleias de voto foram encerradas temporariamente ao longo do dia, na sequência dos combates, sendo que outras abriram tarde por receios de segurança. Ainda assim, sublinhou que nunhum dos incidentes foi grave.
Em Cabul, um morteiro explodiu às primeiras horas da manhã num armazém da ONU, ferindo levemente um empregado afegão.
Já em Khost, um ataque talibã a uma esquadra de polícia causou a morte de três rebeldes e dois polícias.
O maior grupo de observadores independentes do Afeganistão também indicou que houve poucos incidentes, mas sublinhou a existência de denúncias de intimidação aos votantes por parte dos senhores da guerra na província de Baghlan.
Na província de Paktika, os observadores constataram que as mulheres votaram com os boletins que lhes foram entregues pelos homens.