O director-geral da agência das Nações Unidas que controla a proliferação nuclear garantiu, esta segunda-feira, que os inspectores internacionais vão à Coreia do Norte «o mais rapidamente possível». O anúncio surge depois de ter sido alcançado um acordo para o abandono do programa atómico norte-coreano.
«Quanto mais depressa voltarmos à Coreia do Norte melhor», afirmou Mohamed El Baradei, director da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
O responsável acrescentou ainda que os inspectores têm pela frente «um processo de inspecção complexo» em que vão ter de reconstituir as actividades nucleares norte-coreanas de 1993.
Depois de dois anos de negociações multilaterais, Coreia do Norte prometeu o abandono do programa nuclear militar e o regresso do Tratado de Não Proliferação (TNP) ao país.
Em 2002, o regime comunista norte-coreano expulsou os últimos inspectores da AIEA e desistiu daquele tratado.
Esta mudança por parte da Coreia do Norte é para El Baradei «muito
animadora», uma vez que o acordo alcançado se traduz num «pacote equilibrado, que responde tanto às necessidades da Coreia do Norte como às preocupações da comunidade internacional».
Quanto aos Estados Unidos demonstraram-se também muito satisfeitos. «Todos ganhámos», disse à imprensa, o negociador norte-americano, Christopher Hill, que qualificou o acordo conjunto de «histórico».
«O primeiro passo é a desnuclearização norte-coreana», disse aquele responsável, adiantando que se esta etapa for implementada com sucesso poderá «facilitar o diálogo inter-coreano».
Por sua vez, a Coreia do Sul adiantou em comunicado «que a declaração conjunta é uma mudança importante na resolução da crise nuclear norte-coreana».
«É um ponto de partida para o desmantelamento da Guerra Fria na península coreana», acrescenta o texto.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo congratulou-se igualmente com a notícia e afirmou estar confiante numa desnuclearização da Coreia do Norte.