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Mantém-se a incógnita sobre futuro chanceler

Um dia depois das eleições gerais antecipadas na Alemanha, o país continua sem saber quem será o próximo chanceler e quais serão as cores políticas do futuro Governo. Angela Merkel, da CDU, e o chanceler Gerhard Schroeder, do SPD, procuram coligações para assegurar um mandato.

Angela Merkel, a líder da CDU/CSU, a força política mais votada no domingo, voltou esta segunda-feira a reclamar um mandato para formar o novo gabinete, e já convidou para conversações vários partidos - o SPD de Gerhard Schroeder, os Liberais e os Verdes.

Apesar de ter obtido apenas mais 0,9 pontos percentuais e mais três deputados do que os social-democratas, a dirigente democrata-cristã considerou o resultado das eleições «um êxito, embora incompleto», para os conservadores alemães, há sete anos na oposição.

A líder da CDU/CSU aludia ao facto de não ter conseguido o seu outro grande objectivo, uma maioria absoluta com os Liberais (FDP) para pôr fim ao consulado de Schroeder e do Governo SPD/Verdes.

Merkel disse aos jornalistas que a direcção nacional do seu partido, em reunião realizada hoje, em Berlim, lhe deu «apoio unânime» e a mandatou para iniciar conversações que conduzam à formação de um Governo estável.

Antes disso, Angela Merkel deverá ser confirmada como líder do grupo parlamentar da CDU/CSU em votação a efectuar na terça-feira, o que servirá também de teste ao nível de contestação interna à sua liderança depois do relativo fiasco eleitoral.

Poucos dias antes das eleições, várias sondagens davam a Angela Merkel e à CDU/CSU cerca de 42 por cento das intenções de voto e uma confortável vantagem sobre os social-democratas.

À procura da coligação da vitória

A escassa diferença que acabou por separar os dois grandes partidos - 35,2 por cento para Merkel contra 34,3 para os social-democratas - foi pretexto para Schroeder afirmar que quer continuar a ser chanceler por mais quatro anos, e para o SPD dizer que a CDU, sem os votos da CSU da Baviera, ficou claramente atrás do seu partido.

«É desejo declarado de todo o meu partido dirigir a Alemanha, e é o que faremos», disse o actual chanceler alemão no rescaldo das eleições, adiantando que se recusa a fazer uma grande coligação com a CDU/CSU chefiada por Angela Merkel, e tentará atrair o FDP a uma coligação com social-democratas e Verdes.

O líder dos liberais do FDP, Guido Westerwelle, que fez um pacto eleitoral com a CDU/CSU, disse, no entanto, hoje que não aceitará um convite do SPD para conversações, e só dialogará com o partido de Angela Merkel, que considera mandatada para formar novo gabinete.

Angela Merkel convidou também os Verdes para conversações, mas o ministro dos Negócios Estrangeiros Joschka Fischer já afirmou que não aceitará integrar um Governo chefiado pela líder dos conservadores.

Cabe ao Presidente alemão, Horst Koehler, nomear Angela Merkel para formar Governo depois da publicação dos resultados oficiais das eleições, em princípios de Outubro.

A líder da CDU terá, no entanto, de ser posteriormente eleita no Bundestag (Parlamento Federal), por maioria absoluta.

Se Merkel não reunir o número de votos necessários, o Bundestag poderá eleger, no prazo de duas semanas, um outro deputado para chanceler, por maioria absoluta ou mesmo por maioria simples, e o Chefe de Estado terá de o nomear para formar o executivo.

Redação