Romano Prodi vai ser o candidato da esquerda italiana nas legislativas de Maio de 2006 contra Silvio Berlusconi. A decisão resulta da vitória esmagadora do ex-presidente da Comissão Europeia nas primárias organizadas pela esquerda transalpina.
Romano Prodi venceu sem qualquer problema as primárias organizadas pela esquerda italiana que deram ao antigo presidente da Comissão Europeia o direito de concorrer contra Silvio Berlusconi nas legislativas de Maio de 2006.
Se o triunfo de Prodi nestas legislativas já era esperado, o que constituiu grande surpresa foi a afluência às urnas de três milhões de italianos, muitos dos quais residentes no litoral do país.
Segundo os primeiros resultados, Prodi tinha 73,5 por cento dos votos, quando estavam contados 78,7 por cento dos sufrágios, um número que surpreendeu o próprio líder da esquerda transalpina.
«Este resultado ultrapassa largamente as minhas previsões. Este resultado dá-me a possibilidade de assumir esta missão com serenidade», afirmou o antigo chefe do Governo italiano (1996-1998), que então bateu Berlusconi nas eleições.
Prodi bateu claramente os seus seis adversários na corrida ao lugar de candidato da esquerda italiana a primeiro-ministro, deixando o segundo melhor, o líder da Refundação Comunista Fausto Bertinotti com apenas 15,9 por cento dos votos.
Numa reacção a estas primárias, o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi afirmou que o ex-presidente da Comissão Europeia «só tinha uma hipótese de ganhar as eleições: fazer votar apenas os eleitores de esquerda, como o fez hoje».
A declaração do chefe de Governo italiano mereceu resposta imediata por parte de Prodi, que disse que a votação maciça nestas primária era uma resposta às mudanças feitas por Berlusconi na forma de escrutínio e na proporcionalidade a oito meses das legislativas.
Romano Prodi entende que as modificações eleitorais aprovadas na quinta-feira pelos deputados da coligação têm como objectivo abafar a oposição, uma vez que beneficiam a lógica dos partidos.
A votação de domingo foi ensombrada pela morte de Francesco Fortugno, vice-presidente do governo regional da Calábria, perpetrada por dois homens ligados à mafia local.
A execução de Fortugno aconteceu quando este político calabrês abandonava o local de voto. Este foi a primeira acção do género da mafia local em 16 anos.