A futura chanceler da Alemanha, Angela Merkel, apresentou, em Berlim, os nomes dos ministros democratas-cristãos (CDU/CSU) do Governo de coligação a formar após negociações com os social-democratas (SPD). As últimas notícias indicam que o executivo vai ter oito ministros da CDU/CSU e oito do SPD.
A CDU/CSU terá sete ministros no Governo de coligação, oito com a chanceler Angela Merkel, e o SPD oito ministros, se as negociações entre os dois grandes blocos políticos, que começam hoje, chegarem a bom termo.
Thomas de Maizière, o futuro ministro da Chancelaria Federal, que coordena toda a política do executivo, foi a maior surpresa entre as personalidades escolhidas por Merkel.
Thomas de Maizière, 51 anos, é primo e ex-conselheiro político do democrata-cristão Lothar de Maizière, primeiro-ministro do derradeiro Governo da Alemanha de Leste (RDA), de que Angela Merkel foi vice-porta-voz, em 1990, nos primórdios da sua carreira política.
A própria Angela Merkel lembrou hoje que Thomas de Maizière, ex-chefe das chancelarias dos "laender" de Mecklemburgo-Pomerânia e da Saxónia, ex-ministro da Justiça e actualmente ministro do Interior deste "land" leste-alemão, é um dos seus «mais antigos amigos na política».
Já a nomeação pela CSU da Baviera de Horst Seehofer para ministro da Agricultura e da Defesa do Consumidor não estava nos planos de Angela Merkel, que no entanto se viu forçada a aceitar a proposta vinda de Munique.
Seehofer, ex-ministro da Saúde na era do chanceler Helmut Kohl, vice-presidente da CSU, e uma espécie de "consciência social" do seu partido, criticou duramente a propostas de Angela Merkel para introduzir uma taxa única para todos os beneficiários da previdência social, independentemente dos respectivos salários.
Nos últimos dias, Angela Merkel tentou ainda que o segundo ministro a nomear pelos democratas-cristãos da Baviera fosse Michael Glos, líder parlamentar da CSU, para a pasta da Defesa, como forma de evitar que Seehofer fosse o eleito.
No entanto, o chefe da CSU da Baviera, Edmund Stoiber, que será o futuro ministro da Economia e Tecnologia, acabou por impor o nome de Seehofer, aproveitando para se mostrar «surpreendido» com a intromissão de Merkel nos assuntos internos da CSU, segundo a imprensa alemã.
Na conferência de imprensa de apresentação dos potenciais ministros democratas-cristãos, hoje, em Berlim, Angela Merkel teve de dar um passo atrás, e reconhecer que «sempre foi claro que a CSU decidiria sobre os seus dois lugares no próximo Governo».
As outras nomeações de ministros democratas-cristãos, Wolfgang Schaeuble, ex-presidente da CDU, como ministro do Interior, Annette Schavan para o Ensino e Investigação, Ursula von der Leyen para o ministério da Família e Franz Josef Jung para ministro da Defesa, não geraram controvérsia.