Lewis "Scooter" Libby, principal conselheiro do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, demitiu-se esta sexta-feira depois de acusado de obstrução da justiça, falsas declarações e perjúrio, no testemunho que prestou no inquérito a uma fuga de informação.
A informação foi adiantada pela Casa Branca, pouco tempo depois de o chefe de gabinete de Cheney ter sido formalmente acusado pelo procurador especial independente Patrick Fitzgerald.
O inquérito visava descobrir a identidade do responsável pela fuga de informação que tornou pública a identidade da agente da CIA Valerie Plame, cujo marido, o ex-embaixador norte-americano Joseph Wilson, acusou a Administração de George W. Bush de ter utilizado «falsos pretextos» para invadir o Iraque.
Libby desempenhava as funções de chefe de gabinete e assessor sobre temas de segurança do vice-presidente dos EUA desde 2001, além de manter também o cargo de assistente do Presidente George W. Bush.
A acusação do chefe de gabinete de Cheney não é uma completa surpresa, pois na sua edição de quinta-feira, o jornal New York Times tinha noticiado que Lewis Libby poderia vir a ser processado.
Fitzgerald procurava apurar se os altos responsáveis da Casa Branca divulgaram propositadamente à imprensa o nome da agente da CIA, acção que é considerada um crime federal nos Estados Unidos.
Karl Rove, o conselheiro político do Presidente Bush, não foi formalmente acusado, mas Fitzgerald já fez saber que ele continuará a ser alvo de investigação.
Dois jornalistas que testemunharam no processo afirmaram que discutiram a questão Wilson/Plame quer com Libby, quer com Rove.
O embaixador Joseph Wilson acusa a Administração Bush de o querer atingir ao revelar a identidade da sua mulher.