O movimento radical islâmico Hamas anunciou, esta quarta-feira, que recusa renovar o acordo de trégua nos ataques contra Israel vigente até ao final de 2005, de acordo com um porta-voz do movimento.
«A trégua acaba no fim do ano em curso», disse o porta-voz, Mushir al-Masri, no campo de refugiados de Jabaliya, na Faixa de Gaza, durante o funeral de um activista do Hamas morto terça-feira num ataque aéreo israelita.
«Ninguém deve sonhar que vai haver outra trégua» quando expirar o acordo de suspensão dos ataques, assinado em Março passado no Cairo entre as organizações armadas e a Autoridade Palestina, acrescentou este elemento do movimento radical Hamas.
Entretanto, o ministro dos negócios Estrangeiros israelita, Sylvan Shalom, afirmou hoje que o executivo israelita só colocará fim aos assassinos selectivos de líderes da «Intifada» quando o presidente palestino decidir combater o terrorismo.
«Estamos numa guerra sem fim, as liquidações continuarão até ao dia em que Abu Mazen (Mahmud Abbas) colocar mãos à obra e desarmar os grupos terroristas», adiantou Shalom à rádio pública.
Israel abateu, na terça-feira, dois activistas em Gaza, entre os quais um dirigente das Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, num ataque aéreo inserido nesta política.
Israel voltou aos assassínios selectivos após o atentado na cidade de Hedera, a 26 de Outubro, a par de uma ofensiva terrestre para neutralizar as organizações armadas palestinianas.
Esta quarta-feira, um soldado israelita morreu em Jenim num tiroteio ocorrido durante uma operação militar destinada a capturar dois militantes palestinianos.
A ofensiva israelita e a morte dos dois activistas em Gaza, responsáveis pelo lançamento de rockets artesanais contra Israel, entre outros ataques, levaram várias facções a pôr em causa o período de acalmia que acordaram com a Autoridade Palestina.