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Lewis "Scooter" Libby nega ter obstruído a justiça

O ex-chefe de gabinete do vice-presidente norte-americano Dick Cheney declara-se inocente. Lewis "Scooter" Libby nega ter prestado falsas declarações durante a investigação sobre a fuga de informação que revelou a identidade da agente da CIA Valerie Plame.

Lewis "Scooter" Libby, até agora o único incriminado no "caso Plame", compareceu perante o juiz federal Reggie Walton e afirmou-se "não culpado" das acusações de perjúrio, falso testemunho e obstrução da justiça que lhe podem valer uma pena até 30 anos de prisão e 1,25 milhões de dólares (um milhão de euros) de multa.

O escândalo rebentou em Julho de 2003, quando a identidade de Valerie Plame foi divulgada por alguns jornais.

O marido de Plamen, o ex-embaixador Joseph Wilson, denunciou a Casa Branca pela fuga de informação, justificando-a como uma vingança contra ele, pelo facto de ter afirmado que a Administração Bush baseava a sua intervenção militar no Iraque em «falsos pretextos».

Revelar a identidade de agentes secretos da CIA é considerado um crime federal nos Estados Unidos.

A audiência de hoje de manhã durou menos de dez minutos, apenas o tempo do juiz ler as acusações e de Libby responder: «Com o devido respeito senhor juiz, declaro-me não culpado». A próxima audiência ficou marcada para 03 de Fevereiro.

«Ao declarar-se não culpado, declarou ao mundo que está inocente. Declarou a sua intenção de contestar as acusações contra ele», disse aos jornalistas o advogado de Libby, Ted Wells, em relação à posição do seu cliente.

«Ele declarou que pretende limpar o seu nome através de um julgamento. Não temos qualquer intenção de julgar este assunto na imprensa», acrescentou Wells.

Ao abandonar o tribunal, o ex-chefe de gabinete de Cheney foi interpelado por um manifestante que lhe gritou «culpado, culpado, culpado».

Lewis Libby demitiu-se das suas funções, que incluíam ainda a de conselheiro de segurança do vice-presidente dos Estados Unidos, a 25 de Outubro, no mesmo dia em que o procurador especial Patrick Kennedy, que dirige a investigação da fuga de informação, o acusou por ter mentido a um Grande Júri sobre o seu papel no caso.

Redação