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Líderes não chegam a entendimento sobre área livre

Os líderes do continente americano não chegaram a qualquer acordo no que diz respeito à área livre de trocas proposta pelos EUA. Segundo o MNE argentino, o documento final da Cimeira das Américas vai reflectir as duas posições divergentes a este respeito.

Os líderes americanos não conseguiram chegar a nenhum entendimento sobre a criação da Área Livre de Comércio do continente ao cabo da Cimeira das Américas que terminou este sábado em Mar del Plata, na Argentina.

Apesar deste desentendimento, a Cimeira acabou por ver os seus resultados reflectidos numa declaração onde 29 países do continente americano expressaram a vontade de relançar as discussões sobre este assunto em 2006, ao passo que outros cinco manifestaram não o pretender fazer.

Entre os opositores estão os países que integram o Mercosur, como o Brasil e a Argentina, bem como a Venezuela, que estão contra a abertura dos mercados agríciolas americanos.

Estes países reclamam o fim dos subsídios à agricultura aplicados pelos EUA barrando assim um projecto lançado há 11 anos na I Cimeira das Américas, em Miami.

O ministro argentino dos Negócios Estrangeiros Rafael Bielsa considerou que «não houve um falhanço» nas discussões no que diz respeito a esta zona de troca propostas pelos EUA em 1994, reconhecendo, no entanto, que há «dois pontos de vista» sobre a matéria.

Por seu lado, o presidente chileno Ricardo Lagos lembrou que os acordos de livre comércio «têm em conta a diversidade dos países».

«Há países mais pequenos e outros maiores e não pode haver regras iguais para todos, porque não seriam equitativas, neste momentos», admitiu.

Nesta cimeira, o presidente norte-americano George W. Bush,. que entretanto já está no Brasil, onde será recebido por Lula da Silva, decidiu não falar muito sobre o presidente venezuelano, falando apenas dele quando foi questionado a esse respeito pelos jornalistas.

Hugo Chavez, por seu turno, aproveitou a sua presença em Mar del Plata para fazer mais um discurso anti-Bush, ao dirigir-se, na sexta-feira, a cerca de 25 mil pessoas num estádio.

Esta cimeira ficou marcada por incidentes violentos na sexta-feira, que na cidade em que se realizou a cimeira, quer na capital Buenos Aires, tendo 80 pessoas sido detidas.

Redação