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Ex-presidente peruano Fujimori detido no Chile

O antigo presidente peruano, Alberto Fujimori, foi detido domingo à noite no Chile, depois de ter chegado inesperadamente ao país. Fujimori é acusado no Peru de ter ordenado vários assassinatos e de estar envolvido em casos de corrupção.

O anúncio da detenção do antigo chefe de estado do Peru foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros peruano Oscar de Romaña. Segundo este responsável, Alberto Fujimori chegou inesperadamente ao Chile, num voo privado, vindo do Japão onde residia há cinco anos.

Em declarações a uma rádio, o ministro dos negócios peruano disse que Fujimori foi preso no hotel onde se alojou depois da chegada a Santiago do Chile. Fujimori não ofereceu resistência ao ser preso, tendo sido transferido para a escola de polícia em Santiago do Chile, acrescentou Oscar de Romaña.

Num comunicado emitido horas antes, o antigo chefe de estado peruano tinha anunciado a sua intenção em permanecer no Chile, com o objectivo de regressar ao Peru para poder candidatar-se às eleições presidenciais do próximo mês de Abril.

De acordo com Oscar de Romaña, Fujimori foi preso por ordem do juiz instrutor do tribunal de Recursos de Santiago, que aceitou o pedido de detenção que lhe fora apresentado pelo governo de Lima.

O governante peruano acrescentou que o Peru vai enviar ao Chile, ainda esta segunda-feira, uma missão de alto nível integrada pelo ministro do Interior, Rómulo Pizarro, e pelo procurador anti-corrupção, António Maldonado.

Até ao momento é ainda incerto sobre se o Peru pediu, também, a ordem de extradição do antigo líder peruano.

Segundo as agências internacionais, um porta-voz do governo chileno, confirmou que o Peru solicitou a prisão e posterior extradição de Alberto Fujimori, mas que o caso foi entregue aos tribunais e que o ex-presidente era livre de se deslocar no país, pois tinha um visto de turista no seu passaporte peruano.

O acordo de extradição entre os dois países estabelece que o autor do pedido tem um prazo de dois meses para justificar a acção judicial.

Fujimori liderou os destinos do Peru entre 1990 e 2000, ano em que foi obrigado a renunciar ao cargo (Novembro) e a fugir para o Japão por alegado envolvimento num escândalo de corrupção.

Na sua terra natal, Fujimori enfrenta ainda mais de duas dezenas de acusações que vão desde crimes contra a humanidade, massacres, delitos de corrupção e violação dos direitos humanos.

O antigo líder enfrenta ainda dois pedidos de extradição apresentados pelo governo peruano ao Japão, mas estes pedidos sempre foram recusados uma vez que Fujimori, nascido no peru filho de imigrantes japoneses, conseguiu a nacionalidade japonesa quando se mudou para aquele país em Novembro de 2000.

Redação