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Sampaio defende integração de minorias

Sobre os distúrbios em França, Sócrates apenas disse que está preocupado. Jorge Sampaio alargou-se mais em comentários e defendeu que é preciso integrar as minorias. Mário Soares lembra que «a violência não se combate com mais violência».

Interrogado pelos jornalistas, o primeiro-ministro, José Sócrates, não disse quase nada sobre a violência em Paris, a não ser que está «preocupado» com o cenário de violência que se vive em várias cidades de França, depois de tudo ter começado nos subúrbios de Paris.

O Presidente da República defendeu, esta segunda-feira, a necessidade de assegurar a «capacidade de integração» e de expressão das minorias nas sociedades contemporâneas, face a fenómenos de violência como os que desde há 11 dias se registam em Paris.

Para Sampaio a única forma de evitar imagens «terríveis» como as que têm sido captadas em França é preciso defender «a capacidade de integração, de conviver com o outro, de existirem minorias que se possam exprimir da forma que queiram».

No final de uma visita ao Museu Judaico de Belmonte, no qual está retratada a perseguição de que os judeus foram alvo durante três séculos em Portugal no tempo da inquisição, o presidente da República sublinhou os «elementos muito importantes da cultura, da tolerância e da solidariedade».

«A minha mensagem de hoje não tem a ver com o turismo 'stricto sensu', mas com a forma como a cultura, a tolerância, a solidariedade são elementos muito importantes para que nós hoje possamos estar aqui todos sem ninguém perguntar aos outros o que é que são, o que é que pensam, terem a sua fé ou não terem fé nenhuma», afirmou

Jorge Sampaio considera ainda que estes são valores que «fazem parte hoje do Portugal democrático» e «devem continuar a fazer».

«Violência não se combate com mais violência, diz Mário Soares

O candidato presidencial, Mário Soares, também já comentou os distúrbios em França, que já acontecem há 11 noites consecutivas nos subúrbios, considerando que são «actos desesperados» que só podem ser resolvidos pela «inclusão social».

«É extremamente preocupante, mas nada que não fosse de esperar visto que há uma população que está de tal maneira num 'gueto' e desesperada por falta de horizontes que entra no caminho pior», disse.

«Não é pela violência que se vence a violência, mas pelo respeito dos direitos do homem, com trabalho e seriedade», afirmou.

Mais de 1.400 viaturas foram incendiadas esta madrugada nos tumultos, iniciados nos arredores de Paris a 27 de Outubro e que, entretanto, se estenderam a zonas urbanas do país.

Os distúrbios iniciaram-se depois da morte de dois adolescentes filhos de pais imigrantes em Seine-Saint-Dennis, nos arredores norte da capital francesa.

Redação