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Chirac promete «justiça firme»

Numa mensagem solene sobre a violência urbana que tem abalado França, o presidente francês anunciou a criação de um serviço civil voluntário, para ajudar a resolver a «crise de rumo, de referências e identidade» que se vive em França. Jacques Chirac prometeu ainda uma «justiça firme».

A violência urbana em França representa uma «crise de rumo, de referências, de identidade», afirmou ao país Jacques Chirac. Para combater o problema o presidente francês prometeu «justiça firme». O chefe de Estado anunciou também uma medida concreta.

«Para melhor ajudar os jovens, nomeadamente os jovens em dificuldade, a obter emprego, decidi criar um serviço civil voluntário, que associa acompanhamento e formação. Abrangerá 50.000 jovens em 2007», afirmou.

O presidente francês anunciou igualmente que irá encontrar os «responsáveis pelos audiovisuais», com o objectivo de fazer com que os mesmo pensem melhor sobre «a diversidade francesa hoje» para responder à crise que se verifica nos arredores de França.

Chirac promete começar consultas múltiplas para tentar encontrar uma solução para acabar com a violência urbana.

«As empresas e organizações sociais, assim como os sindicatos devem mobilizar-se para a questão essencial da diversidade e do emprego dos jovens nos bairros com dificuldades», adiantou.

O chefe de Estado considera que é importante dar aos jovens imigrantes a mesmas oportunidades de emprego do que aos franceses.

«Estes acontecimentos revelam um mal-estar profundo. Alguns provocaram incêndios nos bairros onde eles próprios habitam, queimaram os veículos dos seus vizinhos, dos seus familiares, atacaram as suas escolas, os seus ginásios», sublinhou.

«Quaisquer que sejam as suas origens», as «crianças dos bairros difíceis» são «todas filhas da República», acrescentou.

«As crianças, os adolescentes precisam de valores, de referências. A autoridade paternal é fundamental. As famílias devem assumir toda a sua responsabilidade», insistiu Chirac.

De acordo com o chefe de Estado, «aquelas [famílias] que recusarem devem ser sancionadas, como a lei prevê. As que se debatem com grandes dificuldades devem, em contrapartida, ser activamente apoiadas».

Trata-se da primeira vez que o Presidente francês se dirige directamente aos cidadãos desde o início da violência urbana em áreas periféricas um pouco por todo o país, na noite de 27 de Outubro.

Redação