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O desafio da aprovação de um código de conduta anti-terrorista

Em Barcelona começa formalmente, esta segunda-feira, a Cimeira Euro-mediterrânica. O principal desafio reside na aprovação de um código de conduta anti-terrorista. A madrugada foi de trabalho intenso mas ate agora sem sinal de acordo à vista.

O código de conduta antiterrorista é um dos principais objectivos da cimeira.

Os países árabes pretendem introduzir uma distinção entre terrorismo e resistência à ocupação estrangeira. Uma cláusula a pensar na causa Autoridade Palestina mas que, na opinião do presidente da União Europeia, pode virar-se contra o mundo islâmico.

Os árabes queriam ver contemplada na declaração final da cimeira uma referência explícita ao direito de resistência de ocupação estrangeira. No entanto, Israel recusou esta proposta mas deixou a promessa de se esforçar por encontrar uma linguagem que contemple as várias propostas de conduta antiterrorista.

Uma fonte diplomática espanhola, citada pelo jornal «El Pais» já admitiu a hipótese do projecto de código poder ser abandonado e, em alternativa, ficar apenas um compromisso político de combate ao terrorismo.

Instado a comentar este assunto, Durão Barroso, reconheceu que tal seria um mau sinal.

Na Cimeira vão ser abordadas, também, questões como a educação e o papel da mulheres na sociedade, soluções contra a imigração ilegal, reformas democráticas e desenvolvimento dos parceiros do sul.

A Europa dos 25 está disposta a incentivar os vizinhos do sul que mais avancem nesta matéria, ajudando aqueles que mais fizerem pela democracia, explicou o presidente da comissão europeia.

Pretende-se também criar 40 milhões de empregos na região, durante os próximos 15 anos mas, para já, o êxito da cimeira depende da definição conjunta de terrorismo.

Para Álvaro Vasconcelos, director do Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais e observador à cimeira de Barcelona, diz que não se pode falar ainda de fracasso mas o ambiente é já de alguma frustração, em particular da Espanha.

Em declarações à TSF, o especialista fez notar que a união Europeia, apesar da crise interna, «é um actor internacional muito importante, com um modelo apetecido em muitas regiões do mundo».

No entanto, diz, «a UE ainda não é capaz de convencer, de um forma eficaz, alguns países para segurem» o seu caminho.

Portugal está representado nesta cimeira pelo primeiro-ministro José Sócrates e pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus.

Redação