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As expectativas depois da independência

Francisco Xavier do Amaral, o homem que há 30 anos leu a declaração de independência quando já havia sinais de ocupação indonésia, diz que não se arrepende de nada. Mas em declarações à TSF lamenta que o povo timorense continue a viver com tantas dificuldades.

Francisco Xavier do Amaral é o homem que há 30 anos leu a declaração unilateral de independência de Timor-Leste, um gesto de que não se arrepende.

«Só o facto de chegarmos à independência, só o facto do mundo e Portugal nos reconhecer a nossa independência, já estamos satisfeitos», diz à TSF.

Mas o primeiro presidente da república democrática de Timor-Leste não está satisfeito com as condições em que o povo timorense continua a viver.

«A população continua a viver sobre lágrimas. Não é essa independência que eu sonhava», lamenta.

O comandante das forças armadas timorenses Taur Matan Ruak, compreende a existência de alguma frustração, provocada, segundo ele, pelas expectativas irrealistas que existiam.

«As pessoas pensavam que o sofrimento era só na guerra e que depois da guerra não havia necessidade de se esforçarem mais e que tudo iria ser resolvido. Pelo contrário, chegamos aqui e tivemos que trabalhar muito mais ainda», explicou.

Xanana Gusmão partilha desta análise e considera que ainda é cedo para se fazerem avaliações definitivas.

«Não posso falar de altos e baixos. O que posso dizer é que estamos em movimento, estamos num processo de consolidação», defende o líder histórico.

A esta ideia, José Ramos Horta acrescenta que é preciso consolidar a democracia e as instituições do estado, mas defende que existem indicadores que avaliam o caminho que está a ser percorrido pelo governo.

«O país saltou no index de desenvolvimento humano, de 160 para 140, acima de Moçambique, acima de Angola»,

Também o primeiro-ministro Mari Alkatiri reconhece que é difícil lidar com as expectativas das pessoas mas promete manter o rumo que traçou para Timor-Leste.

Redação