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Novo parlamento é «ilegítimo», garante oposição

Os representantes da oposição da Venezuela consideram que o Parlamento é «ilegítimo», depois de eleições marcadas por uma forte abstenção. O governo do presidente Hugo Chavez conseguir um pleno na Assembleia Nacional.

O secretário-geral do partido social-democrata Acção Democrática (AD), afirmou que o parlamento eleito é «legal», mas não «legítimo» porque não representa «toda a população venezuelana e ainda menos a população eleitoral».

As eleições perderam legitimidade devido «à forte abstenção», acrescentou Henry Ramos Allup.

O secretário-geral do partido de centro-direita Primeira Justiça, Gerardo Blyde, afirmou que o «silêncio» dos eleitores mostra a sua falta de confiança relativamente a estas eleições.

«Ninguém pode estar satisfeito perante o tremor de terra político que vivemos nestas eleições parlamentares, que dão uma perspectiva diferente da realidade social», disse.

A responsável da ONG da oposição Sumate (Junta a nós), Maria Corina Machado, considerou que existe «democracia a menos» na Venezuela, afirmando que o povo rejeitou «um processo eleitoral viciado».

A coligação no poder na Venezuela conquistou todos os 167 lugares da Assembleia Nacional após as eleições de domingo.

O MVR, partido do chefe de Estado, obteve 114 lugares, os outros estão repartidos entre outras formações políticas que apoiam o presidente da República.

A oposição controlava até aqui 79 dos 165 lugares da Assembleia Nacional venezuelana.

Num país onde o voto não é obrigatório, a taxa de abstenção elevou-se aos 75 por cento, revelou o Conselho Eleitoral Nacional, que não confirmou os números avançados pelo partido no poder.

Um dos factos mais marcantes destas eleições foi a retirada dos principais partidos da oposição, que quebraram o compromisso de participação assumido com as autoridades eleitorais, perante as delegações da Organização de Estados Americanos e da União Europeia.