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Rice admite que tortura pode voltar a ocorrer

A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, admite que podem voltar a ocorrer abusos nas prisões onde são detidos os suspeitos de envolvimento em actividades terroristas mas reafirma que os EUA têm regras claras contra o uso de tortura.

«Os EUA não praticam a tortura, não a desculpam, nem aceitam que os seus agentes a pratiquem», afirmou a chefe da diplomacia norte-americana, numa conferência de imprensa após uma reunião com os seus homólogos da NATO, na sede da organização, em Bruxelas.

No entanto, Condoleezza Rice não excluiu a repetição de casos como os registados na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, onde militares norte-americanos torturaram e abusaram de dezenas de detidos.

«Será que vão voltar a ocorrer abusos? Isso é perfeitamente possível. Só porque se trata de uma democracia não quer dizer que seja perfeita», declarou.

«Em Abu Ghraib assistimos a actos que não correspondem à política dos EUA e esses casos foram alvo de inquéritos aprofundados e as pessoas [envolvidas] foram punidas», lembrou Rice. «A única promessa que podemos fazer é esta: se abusos destes voltarem a ser cometidos, iremos investigar e punir», conclui.

As garantias da chefe da diplomacia norte-americana parecem ter convencido a maioria dos seus homólogos europeus, que se mostraram «satisfeitos» com os esclarecimentos dados por Rice.

Em todas as paragens efectuadas durante o seu périplo pela Europa, a responsável norte-americana respondeu a questões sobre a política de Washington para os detidos por envolvimento em actos terroristas.

Contudo, Rice recusou responder a quaisquer perguntas sobre a alegada existência de prisões secretas da CIA na Europa, para onde estariam a ser transferidos os suspeitos.