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«Vai ser difícil chegar a um acordo», diz Blair

O primeiro-ministro britânico espera negociações «muito duras» sobre as Perspectivas Financeiras para 2007-2013, insistindo que recusará qualquer acordo que não inclua uma revisão deste orçamento, incluindo a Política Agrícola Comum (PAC).

O primeiro-ministro britânico, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE até final de Dezembro, reconheceu que as discussões «continuam muito complexas» pelo que terão de continuar na próxima semana.

«Vai ser difícil chegar a um acordo, por causa das posições diferentes de vários países, incluindo o nosso», admitiu o governante, numa conferência de imprensa em Downing Street que serviu para esclarecer a posição inglesa no processo negocial.

Caso o Conselho Europeu de Bruxelas, a 15 e 16 de Dezembro, não consiga chegar a acordo, este será ainda mais difícil de conseguir durante as duas próximas presidências semestrais da UE, a da Áustria e da Finlândia, disse Blair. «Este cenário ensombraria a União Europeia», concluiu Tony Blair.

Insistindo nas premissas apresentadas na última proposta britânica - já rejeitada pela maior parte dos Estados-membros -, Blair disse novamente ser «impossível fazer um acordo que não preveja uma revisão fundamental dos subsídios» da Política Agrícola Comum (PAC).

«Nunca defendi que a Europa se deve ver livre da PAC da noite para o dia, mas por outro lado acho que devemos rever essas políticas fundamentais», defendeu, antes de se defender das críticas dos seus parceiros europeus sobre a alegada intransigência do seu Governo, lembrando que foi «o primeiro governante britânico que admitiu pôr o 'cheque britânico' em cima da mesa das negociações», acrescentou.

«Devemos pelo menos garantir que a UE esteja em posição de nos dizer como o dinheiro deverá ser usado e deixar em aberto a possibilidade de alterações durante a segunda metade" do exercício orçamental 2007-2013, destacou Blair.

Apesar de a França já ter rejeitado os compromissos apresentados por Londres, Blair insistiu que a negociação poderá ficar concluída «se os países que neste momento rejeitam a revisão dos subsídios admitissem, pelo menos, que essa revisão possa ser feita a partir de 2008, para entrar em vigor a meio do próximo período do orçamento, isto é em 2009 ou 2010».