A votação dos doentes, dos prisioneiros e dos polícias para as legislativas no Iraque terminou hoje às 17:00 locais (14:00 em Lisboa). O ex-Presidente Saddam Hussein não votou por considerar «o processo uma farsa» norte-americana. O resto dos eleitores iraquianos vão às urnas na quinta-feira.
«Não recebemos qualquer queixa», declarou um responsável da Comissão Eleitoral, Farid Ayar, uma hora antes do encerramento das urnas que abriram às 07:00 locais (04:00 em Lisboa).
Segundo o responsável, terão participado no escrutínio cerca de 300.000 eleitores inscritos, a maioria dos quais elementos das forças de segurança, nos 258 gabinetes de voto colocados nos hospitais, prisões e escolas.
Os iraquianos votam esta semana para eleger uma assembleia de 275 elementos, terceira e última fase do processo de transição delineado pelos Estados Unidos após a invasão do país em Março de 2003.
Terça-feira, votarão cerca de 1,5 milhões de iraquianos da diáspora, enquanto que mais de 15 milhões de iraquianos inscritos irão às urnas quinta-feira, dia 15, nas 18 províncias do país.
Estão proibidos de votar os prisioneiros acusados de crimes de terrorismo ou que estejam vinculados com a insurgência que reina no país.
«Processo é uma farsa», diz Saddam
Hoje, o porta-voz da equipa de advogados de defesa de Saddam Hussein indicou que este decidiu não votar por considerar que «o processo é uma farsa inventada pelos norte-americanos».
«É óbvio que não votará nestas eleições porque acredita que ainda é Presidente do país», explicou Ghazawi, acrescentando que Saddam «está totalmente convencido de que a campanha é uma comédia desenhada pelos ocupantes norte-americanos para manter no poder um Governo que agradeça a sua presença».
Segundo Ghazawi, um dos motivos da recusa de Saddam Hussein baseia-se numa imposição do Presidente norte-americano, George W. Bush, que há alguns meses afirmou que o Líbano não podia realizar eleições enquanto os militares sírios não abandonassem o território.