O antigo presidente iraquiano Saddam Hussein disse hoje ter sido espancado e torturado durante o tempo que esteve detido pelas forças norte-americanas e que as marcas são visíveis no seu corpo.
Durante a sexta sessão do seu julgamento e de sete dos seus colaboradores pela morte de 148 xiitas em 1982, na localidade iraquiana de Dujail, Saddam Hussein garantiu que foi «espancado e torturado pelos norte-americnos».
«Fui espancado em todas as partes do meu corpos e os sinais são visíveis», assegurou.
Durante a sua polémica intervenção, o antigo presidente iraquiano voltou a rejeitar a autoridade do Supremo Tribunal do Iraque. Saddam disse que este tribunal «insulta a honra do povo iraquiano», e qualificou os rebeldes de «homens valentes que fazem um bom trabalho».
Saddam Hussein e sete dos seus colaboradores mais próximos - entre os quais o meio-irmão Barzan al-Takriti e o ex-vice-presidente do país, Taha Yasin Ramadan - são acusados do assassínio, em 1982, de mais de 140 pessoas na aldeia de Dujail, onde Hussein sofreu um atentado fracassado contra a sua vida.
O ex-ditador boicotou a última sessão, a 07 de Dezembro, ao recusar-se a comparecer, depois de afirmar que o julgamento era uma farsa inventada pelos Estados Unidos e que tinha sido tratado com falta de respeito.
O julgamento do antigo ditador teve início a 19 de Outubro e todas as cinco sessões até agora realizadas estiveram envolvidas em polémica.
O assassínio a tiro de dois dos advogados de defesa levou a equipa de defesa a ameaçar repetidamente cessar funções se não fosse garantida a sua segurança.