O Parlamento da Síria aprovou, este sábado, uma moção em que pede o julgamento por «alta traição» do vice-presidente demissionário, Abdel Halim Khaddam, pelas suas declarações implicando Damasco no assassínio do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri.
A votação foi antecedida de um aceso debate, em que vários deputados acusaram o vice-presidente de traição ao regime dirigido pelo Presidente Bachar al-Assad.
Numa entrevista dada sexta-feira em Paris à cadeia de televisão por satélite Al-Arabyia, Abdel Halim Khaddam afirmou que os serviços secretos sírios nunca poderiam ter assassinado Rafic Hariri sem a aprovação do Presidente.
Khaddam afirmou também que Bachar al-Assad ameaçou o ex-primeiro-ministro libanês alguns meses antes do seu assassínio, tendo-lhe dito, num encontro em Damasco meses antes do atentado, que pretendia «aniquilar qualquer pessoa que tente violar as decisões» sírias.
O atentado à bomba que matou Hariri, cometido em Fevereiro passado em Beirute, suscitou fortes pressões internacionais que acabaram por determinar a saída, em Abril, de milhares de tropas sírias estacionadas no Líbano há mais de 30 anos.