O governador do Banco de Portugal acredita que poderá novamente ser revisto em alta o crescimento económico português. Vítor Constâncio admitiu ainda ser provável que o governo português consiga cumprir a meta do défice orçamental para 2006.
O governador do Banco de Portugal admite que poderão ser revistas em alta as previsões da instituição relativas ao crescimento económico para 2006, contudo, será necessário esperar pelos dados de Agosto para tomar esta decisão.
Na abertura do XVI Encontro de Bancos Centrais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, de Portugal e de Timor-Leste, Vítor Constâncio disse ser necessário «aguardar prudentemente por mais informação», pois Agosto costuma significar uma quebra de actividade.
O economista falou ainda nos «efeitos muito positivos» que a retoma europeia está a ter em Portugal, muito em particular no domínio das exportações, que cresceram «acima do previsto» no segundo trimestre.
«Este desenvolvimento veio por um lado confirmar o fundamento da previsão que o Banco de Portugal divulgou em Julho de um crescimento anual para este ano de 1,2 por cento, contra a opinião de alguns que acharam esse número demasiado optimista», acrescentou Constâncio.
O governador do Banco de Portugal considera que «parece provável» que o Estado consiga cumprir o objectivo definido para o défice orçamental em 2006 (4,6 por cento do PIB), baseando-se na evolução favorável das receitas orçamentais e também no controlo da despesa pública.
Em declarações aos jornalistas, Constâncio falou de um novo modelo já em execução assente sobre o aumento das exportações líquidas e diminuição da procura interna, ao contrário do anteriormente usado que era baseado no «endividamento crescente dos agentes económicos».
Contudo, para o responsável máximo do Banco de Portugal, Portugal tem ainda um longo caminho a percorrer para convergir economicamente com os parceiros europeus, devendo aplicar «rigor nas políticas públicas e dinamismo nas empresas públicas.