A multinacional norte-americana Johnson Controls revelou esta terça-feira que o «encerramento definitivo» das suas unidades fabris em Portalegre e Nelas (Viseu) deverá estar concluído «no final de 2007», mantendo-se apenas em funcionamento a fábrica de Palmela (Setúbal).
A reestruturação da produção em Portugal foi divulgada pelo grupo norte-americano, em comunicado, após uma reunião com os trabalhadores da fábrica de Portalegre, realizada ao início da tarde de hoje.
No caso de Portalegre, segundo revelou também o porta-voz da Comissão de Trabalhadores, António Branco, no final do encontro, o fecho da unidade fabril deve acontecer em "Agosto" do próximo ano.
A Johnson Controls, um dos líderes mundiais no fornecimento de sistemas interiores de automóveis, electrónicos e baterias, justifica o encerramento de duas das três fábricas que possui em Portugal com «por haver um excesso de produção de espumas na Península Ibérica», contou António Branco.
A empresa, pode ler-se no comunicado, está a «planear ajustes na Europa para revestimentos de espuma e assentos devido ao excesso de produção e pressão no aumento de custos».
Essa reestruturação, acrescenta, vai afectar «as operações de produção em Portalegre e Nelas», com impactos em «aproximadamente 225 funcionários» na cidade alentejana e em "650" na localidade da região de Viseu.
A empresa, contudo, sublinha que, «sempre que possível, oferecerá aos funcionários empregos» noutras das fábricas que detém na Europa.
«Gostaríamos de encontrar soluções ideais e socialmente compatíveis para os funcionários afectados pelo encerramento das fábricas», argumenta Jef Vercammen, vice-presidente de Componentes de Assentos Europa na Johnson Controls, citado no comunicado.
A multinacional norte-americana aponta que a fábrica de Portalegre, especializada no fabrico de espuma, sofre com o «excesso de capacidade de produção crescente no mercado de espumas do Leste Europeu».
«Após uma análise de capacidade interna, a Johnson Controls decidiu optimizar a sua produção europeia destes produtos. Para tanto, a empresa pretende fechar a fábrica [da cidade alentejana] e passar o equipamento para áreas onde a procura de produtos está em evolução», sublinha o comunicado.
Já relativamente à fábrica de Nelas, que produz revestimentos de assentos, o grupo norte-americano argumenta que o fecho se deve à «pressão de custos que toda a indústria automobilística tem sofrido e ao excesso de procura em todo o mercado de revestimentos de assentos europeu».
«Os volumes de fabrico diminuíram ao longo dos últimos anos e novos negócios não se confirmaram, apesar de expectativas em contrário. Em consequência, a empresa avaliou a capacidade de emprego remanescente da fábrica como sendo baixa demais para garantir que continue a existir», é revelado.
Os volumes de fabrico actuais de ambas das unidades fabris, segundo a Johnson Controls, deverão ser, «gradualmente, transferidos para outras fábricas, durante os próximos meses».
Quanto à terceira fábrica do grupo em Portugal, uma "joint venture" em Palmela, especializada na produção de assentos, «permanecerá em operação», assegura o comunicado.