economia

Ministro comunica cortes a partidos

Francisco Louçã falou num corte no investimento público superior a dez por cento em 2007, uma confirmação que lhe foi dada pelo próprio ministro das Finanças. PCP e CDS-PP e PSD mostraram-se preocupados com eventuais cortes na área social.

Francisco Louçã diz que o ministro das Finanças lhe confirmou um corte no investimento público em mais de dez por cento em 2007, um corte que, segundo o Bloco de Esquerda, deverá situar-se entre os 10 e os 20 por cento em relação ao valor executado em 2006.

«O Governo ofereceu-nos um café, mas disse pouco sobre o Orçamento de Estado para 2007», acrescentou o deputado bloquista após uma reunião com Teixeira dos Santos antes da entrega prevista para segunda-feira do OE no Parlamento.

Para este dirigente bloquista, em 2007 vai acontecer uma situação semelhante à de 2006, ou seja, «uma política de redução da economia e ao mesmo tempo de aumento de impostos».

Louça recordou que estes aumentos de impostos incidem sobre os que estão doentes, pois «pagarão mais se tiverem de ter uma cirurgia» e sobre os funcionários públicos e reformados.

«Esta tem sido a política do Governo: tirar mais às pessoas, tirar com uma mão o que dá com a outra, reduzir o poder de compra dos portugueses e acentuar desse ponto de vista os pontos mais negativos da economia», concluiu.

Opinião idêntica tem a deputada d'«Os Verdes» Heloísa Miranda, que explicou que o titular da pasta das Finanças «deu a entender que vai haver um grande desinvestimento e uma quebra no PIDDAC».

«O senhor ministro disse que ia haver uma reorientação, disse que não havia margem para o aumento do PIDDAC. Não tendo sido muito directo preferiu chamar-lhe uma reorientação. Verei na segunda-feira, mas provavelmente chamar-lhe-ei decréscimo, o que será extremamente preocupante», acrescentou.

Neste encontro, os ecologistas chamaram à atenção para a dependência energética portuguesa do exterior, o agravamento das assimetrias regionais, os cortes na despesa, com quebra de investimento público e para a desvalorização dos salários.

Entretanto, também o CDS-PP e o PCP se mostraram preocupados com eventuais cortes na área social que o governo venha a fazer no orçamento de Estado para 2007.

O deputado dos CDS-PP, Nuno Melo, admitiu estar «preocupado» com a possibilidade do Executivo vir a cortar nas despesas na área da saúde e da segurança social, e de avançar com os projectos do novo aeroporto da OTA e do comboio de alta velocidade (TGV).

«Viemos hoje dizer ao ministro das Finanças que o equilíbrio das contas públicas deve ser conseguido à custa de ajustamentos da despesa e não na receita, sem agravamentos de impostos», defendeu.

Já o deputado comunista Bernardino Soares disse que a reunião com o ministro das Finanças serviu para «confirmar os receios» de que o orçamento de Estado para 2007 vai ser de continuidade da política seguida nos últimos anos, com medidas que comprometem o desenvolvimento económico e o crescimento do emprego.

Finalmente, o PSD disse estar preocupado com o corte no investimento público que o Governo deverá fazer em 2007.

Apesar de ter afirmado que o ministro foi «extremamente vago» sobre o Orçamento de Estado para 2007 e sobre o cenário macroeconómico, Marques Guedes adiantou que Fernando Teixeira dos Santos «deixou algumas indicações negativas».

Redação