A Frente Comum acusou, esta sexta-feira, o Governo de manter uma postura «intransigente e insensível» em matéria de aumentos salariais para a Função Pública. Já a FESAP diz que «dias negros» de contestação se avizinham.
No final de um encontro no Ministério das Finanças, a coordenadora da Frente Comum disse que «o Governo fala, mas no fundo faz de conta que negoceia».
«Isto enfraquece a democracia pois ao manter-se intransigente e insensível esquece a perda de poder de compra dos trabalhadores», advertiu Ana Avoila.
Segundo a sindicalista, «o Governo anunciou que o subsídio de refeição vai ter um aumento inferior a seis cêntimos por dia, ou seja, «não vai dar para comprar uma carcaça», e não abdica de um aumento salarial 1,5 por cento.
A dirigente sindical referiu também que as pensões dos trabalhadores vão ser penalizadas, realçando que «acima de seis salários mínimos haverá uma quebra de 0,5 por cento».
Quanto à próxima reunião de dia 20, Ana Avoila garantiu que a Frente Comum «não espera nada», porque «o Governo não quer resolver as questões de fundo».
«Dias negros» se avizinham, diz FESAP
Por seu lado, a Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) lamentou que o Governo não tenha apresentado uma nova proposta de negociação salarial para os funcionários públicos, que - avisou - poderá levar a «dias negros» de contestação.
Nobre dos Santos referiu também que a proposta de aumento de salários é «inaceitável» e que as pensões para os trabalhadores de mais baixos recursos serão agravadas no próximo ano.