O indicador de clima económico português estabilizou em Setembro no máximo de mais de dois anos, num mês em que o investimento aumentou mas em que as trocas comerciais abrandaram, anunciou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística.
A Síntese Económica de Conjuntura de Setembro do INE mostra que o indicador de clima económico, que reflecte as perspectivas dos empresários da indústria, construção, comércio e serviços, ficou nos 0,5 por cento, ao mesmo nível do mês anterior.
Este indicador atingiu em Agosto o valor mais elevado desde Agosto de 2004 e manteve, por isso, em Setembro no máximo de 25 meses.
O indicador da actividade económica melhorou em Agosto (cresceu 0,6 por cento, a um ritmo seis vezes superior ao do mês anterior) e os indicadores de curto prazo registaram evoluções mais positivas na indústria e nos serviços.
Na construção, os dados económicos continuam a apontar para um agravamento da situação do sector.
O consumo privado também estabilizou em Agosto, com a aceleração no consumo corrente a ser compensada pelo abrandamento no consumo duradouro.
Apesar da estagnação no indicador de clima económico e do consumo privado, os dados qualitativos da economia mostram sinais contraditórios.
O investimento recuperou mas as trocas comerciais desaceleraram, com as importações a abrandar mais do que as exportações.
Ainda assim, as exportações continuam a crescer a um ritmo «muito forte», ao dobro do das importações.
Os dados do INE mostram ainda que o mercado de trabalho continua a apresentar sinais de melhoria, com a queda dos pedidos de emprego e a aceleração das ofertas de emprego.