A UGT afirmou, esta sexta-feira, que o Governo utiliza os funcionários públicos como «carne para canhão» no combate ao défice e considerou que tem enganado deliberadamente os portugueses na meta de inflação prevista para 2006.
O secretário-geral da UGT manifestou preocupação com a «atitude anti-negocial do governo» relativa à Administração Pública.
«O ministro das Finanças atrasa sistematicamente compromissos que assumiu, como a discussão das carreiras, e está a utilizar os trabalhadores como 'carne para canhão' para combater o défice orçamental», acusou.
João Proença afirmou também que a UGT «tem uma visão muito negativa do Orçamento de Estado para 2007, porque o combate ao défice é feito neste Orçamento à custa da situação dos trabalhadores da função pública».
O dirigente sindical acusou ainda o Governo de estar a prever de forma errada a inflação.
«A inflação em 2006 vai ser superior a três por cento, apesar do governo dizer que a previsão é de 2,5 por cento», acrescentou.
O dirigente sindical afirmou mesmo «que este será o nono ano consecutivo que o governo se engana deliberadamente nas metas de inflação».
As declarações de João Proença foram feitas no dia em que a UGT comemora 28 anos. A Comissão Executiva esteve reunida na sua sede, em Lisboa, para rever a situação política e sindical.