economia

Presidente da Liga preocupado com imposto sobre estádios

O presidente da Liga de Clubes, Hermínio Loureiro, está preocupado com a possibilidade de os estádios virem a ser alvo de imposto sobre imóveis e entende que isto prejudicará os clubes. O vice-presidente da ANMP, António José Ganhão, explica que o IMI que reverte a favor das autarquias é «insignificante».

O presidente da Liga de Clubes está preocupado com a possibilidade de os estádios virem a ser alvo de Imposto Municipal sobre Imóveis, tal como está proposto no Orçamento de Estado para 2007.

«O futebol é um sector competitivo e os clubes portugueses tem alcançado resultados internacionais e tal como a selecção têm ajudado a promover Portugal. É necessário ter a noção que com estas medidas discriminatórias vamos ter um futebol cada vez menos competitivo», explicou Hermínio Loureiro à TSF.

Reagindo a uma notícia divulgada esta quarta-feira pelo «Diário de Notícias», o presidente da Liga lembrou que os clubes quando construíram os estádios «foi para ajudar um grande projecto de Portugal que foi o Euro2004».

«Passados poucos anos, estamos a ver que os clubes vão seguramente enfrentar um conjunto de problemas e dificuldades», adiantou Hermínio Loureiro, que ainda esta quarta-feira quer contactar os dirigentes dos clubes mais afectados, como o Benfica, o Sporting, o FC Porto e o Boavista, todos detentores dos seus estádios.

Hermínio Loureiro quer encontrar com esses clubes «forma de rapidamente explicarmos todo o esforço financeiro que os clubes assumiram fazer em nome de um projecto nacional».

Tal como a Liga de Clubes, a Associação Nacional de Municípios Portugueses não teve conhecimento desta iniciativa do Governo, que os municípios entendem ser insignificante no que toca às autarquias.

«Fomos completamente surpreendidos. Não temos qualquer intervenção e não fomos ouvidos sobre essa matéria. Parece-nos que a próxima reunião do Conselho Directivo deve abordar esta questão e fazer sentir que se trata de mais uma mistificação para dar a ideia ao povo de que estamos a ser compensados», disse o vice-presidente da ANMP.

Em declarações à TSF, António José Ganhão recordou que a «meia dúzia de estádios existentes no país não tem comparação com o universo dos edifícios do Estado».

«Imaginemos qualquer município do Interior do país que tem um estádio de futebol ir pagar um imposto é algo de ridículo naquilo que são as suas receitas municipais, enquanto que não há uma sede de conselho que tenha edifícios de Estado», frisou.

Redação