O CDS vai votar contra o OE2007, pois este, na opinião dos centristas, não diminui a despesa pública. O líder parlamentar, Nuno Melo, congratulou-se com este voto contra, mas disse discordar da metodologia usada pelo partido para chegar a esta conclusão.
O CDS-PP decidiu que irá votar contra o Orçamento de Estado para 2007 (OE2007), uma decisão tomada por unanimidade pela comissão política do partido, que esteve reunida por quase quatro horas.
A confirmação foi dada pelo porta-voz dos centristas, que sublinhou que este voto surgiu no seguimento de uma grelha apresentada pelo líder do partido, em que Ribeiro e Castro explicou as condições em que o CDS poderia votar contra, a favor ou abster-se.
«O CDS disse que o Governo deveria atacar pelo lado da despesa pública e criar condições para baixar os impostos das empresas e famílias», afirmou Martim Borges de Freitas, que disse que o que «aconteceu foi o contrário».
No comunicado saído da reunião da comissão política do CDS, o voto contra é justificado pelo «aumento real da despesa pública» e por «novos agravamentos de impostos, em particular para os mais vulneráveis».
«Este Orçamento marca o fim do prolongado estado de graça do Governo Sócrates», concluiu a comissão política dos centristas.
Líder parlamentar descontente com pouca participação de deputados
À saída da reunião da comissão política, o líder da bancada parlamentar do CDS-PP mostrou-se pouco contente com a pouco participação dos deputados do partido no processo de decisão relativo ao OE2007.
«Se mandasse neste partido, eu veria vantagem que os deputados que vão discutir e votar a lei na Assembleia da República tivessem cada um deles, na área das respectivas comissões especializadas, dado a sua opinião e ajudado a formar um juízo tão importante», disse Nuno Melo.
O líder parlamentar sublinhou que nunca aplicaria a metodologia usada pelo CDS, pois fez dos parlamentares do partido «destinatários de uma decisão que nasce fora, sem a participação do grupo parlamentar».
«É uma questão de metodologia que eu respeito e como disse não seria a minha, mas que porventura será muito eficaz e porventura levou à decisão acertada e que será usada noutros partidos», acrescentou.
Apesar disto, Nuno Melo congratulou-se com a decisão tomada na reunião da comissão política do CDS, pois «seria muito mau ter de discutir e votar um documento desta importância na Assembleia da República contra aquela que seria a nossa convicção mais profunda».