A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) alertou, esta terça-feira, para a previsível continuação das falências no sector se o Governo não lançar novas obras nem incentivar a reabilitação urbana. O ministro das Obras Públicas refuta as críticas.
À margem do Congresso Ibérico da Construção Sustentável, o presidente da AICCOPN considerou que «depois de cinco anos de recessão, vai seguir-se mais um ano de crise».
«Duvido que com os níveis de investimento previstos no Orçamento de Estado para 2007 o sector da construção tenha um ano de recuperação», afirmou Rei Campos.
De acordo com o responsável, as expectativas do sector já não eram de um «grande crescimento» em 2007, «mas esperava-se, ao menos, que fosse um ano em que as empresas pudessem equilibrar um pouco a sua estrutura».
Contudo, disse, os cortes previstos no investimento público fazem temer «que as falências continuem e que o sector da construção, que é o maior empregador da actividade económica, representando 10,7 por cento do emprego nacional, venha a sentir um impacto muito negativo».
No entender de Reis Campos, a solução passa pelo lançamento de novas obras, «ainda que sejam pequenas» intervenções para terminar as várias infra-estruturas em falta no país, e por incentivos públicos à reabilitação urbana.
Mário Lino refuta as acusações
Confrontado com os argumentos dos empresários da construção, que denunciam uma quebra acumulada da actividade na ordem dos 20,6 por cento nos últimos cinco anos, o ministro das Obras Públicas, que participou no congresso, refutou as críticas.
«A crise não é no sector da construção, todo o país tem problemas difíceis para resolver e o Governo está a fazê-lo», garantiu Mário Lino.