A terceira travessia sobre o Tejo vai custar 1700 milhões de euros, dos quais 600 milhões serão gastos na componente rodoviária de alta velocidade que vai passar na futura ponte, anunciou esta quarta-feira um administrador da RAVE.
Carlos Fernando, administrador da RAVE, Rede de Alta Velocidade, disse hoje, no congresso que a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário (ADFER) promove até quinta-feira em Lisboa, que a terceira travessia no Tejo, no alinhamento Chelas/Barreiro, terá um custo total de 1.700 milhões de euros, 600 dos quais para o modo rodoviário.
O administrador da RAVE explicitou que a ponte terá duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e, na proposta que está em estudo, duas vias laterais com três faixas cada uma para tráfego rodoviário, uma vertente que poderá ser «deixada para mais tarde».
Questionado sobre o valor referido, quase o triplo do indicado pelo Governo tanto na apresentação do projecto da alta velocidade em Dezembro de 2005 como no anúncio das orientações estratégicas para o sector, há pouco mais de uma semana, da ordem dos 600 milhões de euros, Carlos Fernando afirmou que esse valor respeita apenas ao que será objecto de candidatura comunitária para a alta velocidade.
Segundo disse, a RAVE optou por fazer uma estimativa, dividindo o valor calculado para o modo ferroviário (1.200 milhões de euros) pelas redes de alta velocidade (600 milhões) e convencional (600 milhões), evitando gastar alguns «milhares de euros» num estudo que indicasse o valor de uma travessia apenas para a alta velocidade.
Carlos Fernando frisou que só com esta travessia, que terá uma extensão de 13 quilómetros, sete dos quais sobre o rio, é possível ser cumprido o tempo de 02:45 minutos na ligação a Madrid acordado com Espanha.
Por outro lado, a nova ponte permitirá completar a ligação da cintura urbana de Lisboa, dando resposta às necessidades da margem Sul, além de colmatar as restrições de carga existentes na ponte 25 de Abril, disse.
A travessia dará acesso à estação de alta velocidade de Lisboa, cuja localização, com preferência pelo Oriente, projectada para ser a estação central da capital, está a ser alvo de um estudo alternativo em Chelas caso se venha a revelar inviável a construção em Lisboa/Oriente, adiantou.