O presidente da Associação Portuguesa de Bancos entende que a banca já tem muito mais encargos que outros sectores. João Salgueiro reagia ao aumento da carga fiscal anunciado na terça-feira no Parlamento pelo primeiro-ministro José Sócrates.
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos considerou que a banca não pode ser discriminada em relação aos restantes sectores económicos, numa reacção ao aumento da carga fiscal anunciado na terça-feira por José Sócrates no Parlamento.
«Sempre que há um orçamento difícil, arranja-se um incidente em relação à actividade bancária. Não sei se os portugueses tomam como boa esta distracção. Gostava que os números de todos os sectores fossem publicados», acrescentou João Salgueiro.
O líder da APB concorda que o Governo pode e deve acabar com as discriminações, mas entende que a banca «tem muito mais encargos que outros sectores».
«Se isso é uma intenção correcta, era bom que as despesas de saúde fossem suportadas pelo Sistema Nacional de Saúde e as pensões de reforma pela Segurança Social», adiantou.
Antes, em entrevista ao jornal «Público», João Salgueiro tinha dito que estes ataques do Governo fazem parte de uma estratégia para atrair a opinião pública e que com o «discurso arrogante» perante a banca, o Executivo actua na «linha do peronismo».
Por seu lado, o presidente do BPI, Fernando Ulrich, defendeu que os bancos pagam o que é determinado na lei, admitindo, no entanto, que não tem ainda uma «opinião fundamentada» sobre a matéria.