O ministro das Finanças acusou, esta quarta-feira, o presidente da associação Portuguesa de Bancos (APB) de «arrogância». Em causa está o facto de João Salgueiro ter afirmado que os ataques à banca, por parte do Governo, fazem parte da «estratégia para atrair opinião pública».
À margem do Fórum da Banca, Teixeira dos Santos disse que as declarações do presidente da APB «são francamente infelizes», revelando uma «atitude arrogante, num momento em que todos têm que contribuir para um esforço nacional».
Numa entrevista divulgada esta quarta-feira pelo jornal «Público», João Salgueiro considerou que o Governo português «actua na linha do 'peronismo' com a banca».
João Salgueiro defendeu que banca não pode ser discriminada em relação aos restantes sectores económicos, numa reacção ao aumento da carga fiscal anunciado, terça-feira, por José Sócrates no Parlamento.
Propostas fiscais do PSD implicam redução da receita
Já no Parlamento, e sobre as propostas fiscais do PSD, apresentadas ontem durante o debate do Orçamento de Estado para 2007, o titular da pasta das Finanças disse que vão representar uma redução da receita pública e um aumento do défice.
Segundo Teixeira dos Santos, a criação de um novo escalão de IRC de 15 por cento, conforme propôs Marques Mendes, abrangeria 96 por cento das empresas portuguesas, o que custaria aos cofres do Estado entre 230 a 250 milhões de euros.