economia

CDS vai apresentar propostas para alterações fiscais

O CDS-PP anunciou, esta quarta-feira, que vai apresentar na próxima semana em plenário mais de vinte propostas de alteração ao Orçamento de Estado (OE) para 2007, centradas sobretudo em mudanças fiscais para empresas e famílias.

No entanto, independentemente da aceitação ou não destas propostas pelo Governo, os democratas-cristãos irão manter o seu voto contra na votação final global, marcada para 30 de Novembro.

«O Orçamento de Estado para 2007 é um mau orçamento, não poderia ter outra votação que não fosse o voto contra», afirmou Diogo Feyo, salientando que estas propostas são apresentadas «numa atitude positiva» de melhoria da proposta do executivo.

Para as empresas, o CDS-PP propõe que seja introduzido o conceito de arbitragem como forma alternativa de resolução de litígios de natureza fiscal.

Na mesma linha, e para aumentar a celeridade na resposta do Estado às reclamações dos contribuintes, o CDS irá defender que, perante reclamações de valor superior a um milhão de euros, a administração fiscal tenha de apresentar, num prazo de 60 dias, uma proposta para a resolução do litígio, tendo depois o contribuinte 15 dias para a aceitar ou não.

Os democratas-cristãos pretendem ainda aplicar um regime especial de tributação às sociedades detentoras de participações sociais no estrangeiro e autorizar as Pequenas e Médias Empresas (PME) com volume anual de negócios inferior a 300 mil euros a utilizarem o novo regime de contabilidade simplificada.

Ainda no domínio das empresas, o CDS quer introduzir um regime fiscal mais favorável para as empresas situadas na zona de fronteira - IRC de 18 por cento em vez dos actuais 25 por cento - para fazer face às diferenças entre o IVA cobrado em Espanha e Portugal.

Na fiscalidade para as famílias, o CDS quer introduzir o conceito de «quociente familiar», variável consoante o número de filhos.

«Actualmente, no caso dos sujeitos passivos casados o rendimento é dividido por dois. Propomos que a divisão passe a ser não só por dois, mas também por 0,1 por cada filho», explicou Diogo Feyo.

Aumentar a dedução à colecta com as despesas de educação (de 30 para 35 por cento) e com equipamentos de energias renováveis (de 743 para 800 euros) são outras propostas que os democratas-cristãos irão apresentar no debate na especialidade em plenário do OE para 2007, que decorrerá a 29 e 30 de Novembro.

Aos cidadãos com deficiência (com grau superior a 60 por cento), para os quais o Governo pretende introduzir um novo regime de benefícios fiscais em função dos rendimentos, o CDS pretende que, no próximo ano, o executivo aplique o regime mais favorável em cada caso individual: o actual ou o que pretende fazer entrar em vigor.

Ainda assim, no caso específico dos deficientes das Forças Armadas, o CDS quer um regime especial, baseado em grande parte no actual modelo.

«Estamos a falar de 500 cidadãos portugueses, é uma questão de justiça que não tem impacto orçamental», sublinhou Diogo Feyo.

O CDS tem também uma alteração a propor no capítulo das taxas moderadoras que o Governo quer introduzir para cirurgias e internamentos.

«Propomos que para pensionistas ou trabalhadores por conta de outrem com rendimentos inferiores a três vezes o salário mínimo nacional haja uma redução de 50 por cento», defendeu.

«É um conjunto de propostas amplo, que foi trabalhado pelos especialistas do partido durante muito tempo», realçou Diogo Feyo.

Redação