economia

PCP quer aumentos das tarifas a acompanhar inflação

O PCP quer que o aumento das tarifas de electricidade não ultrapasse a taxa de inflação, como acontece em Espanha. Para os comunistas, é «escandaloso» existir aumentos de «nove por cento em média», quando a EDP apresenta avultados lucros.

O PCP vai apresentar, esta quarta-feira, no encerramento das jornadas parlamentares do partido, um projecto de lei que limita o aumento das tarifas de electricidade, nos consumos doméstico e industrial, à taxa de inflação.

O deputado Agostinho Lopes disse, em declarações à TSF, que é «escandaloso» e «sem sentido do ponto de vista económico» que o governo proponha subidas nas tarifas de electricidade de «nove por cento em média», quando a EDP, «nos últimos quatro anos, teve mais de dois mil milhões de euros de lucros».

Segundo o dirigente comunista, se as tarifas para a indústria continuarem a subir nove por cento em média, algumas empresas, nomeadamente do sector têxtil e do vidro, podem sentir uma perda de competitividade de mais de seis pontos percentuais.

O diploma pretende repor uma medida que existia desde 1995 mas que foi revogada em Fevereiro. Os comunistas querem agora que este projecto de lei seja discutido em Dezembro, para evitar que mais empresas portuguesas «percam competitividade».

Agostinho Lopes considerou ainda que é «uma impossibilidade» que muitas empresas portuguesas possam competir com as vizinhas espanholas, tendo em conta os «diferenciais» nos preços de energia.

O aumento das tarifas em Espanha, em 2007, não ultrapassará os três por cento, o valor da inflação esperado para o próximo ano.

«O governo diz-nos mas os espanhóis vão ser obrigados pela União Europeia um dia a aumentar, mas enquanto o pau vai e vem folgam as costas», rematou Agostinho Lopes.

Este projecto de lei será uma das conclusões das jornadas parlamentares que o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, irá anunciar ao final da manhã desta quarta-feira.

Redação