economia

Fundos comunitários podem não chegar para pagar barragem

O presidente da Associação de Municípios do Algarve está preocupado com o facto de os fundos comunitários poderem não chegar para pagar a barragem de Odelouca. A barragem pode agora ser construída porque a queixa dos ambientalistas contra a barragem vai ser arquivada.

O presidente da Associação de Municípios do Algarve receia que os fundos comunitários possam não ser suficientes para construir a barragem de Odelouca, uma infra-estrutura que assim poderá ser paga também à custa de um aumento do preço da água.

No dia em que a queixa dos ambientalistas contra a construção desta barragem é arquivada pela Comissão Europeia, Macário Correia frisou que a seca de 2005 no Algarve tornou ainda mais clara a necessidade da construção da infra-estrutura.

«Finalmente é resolvido um problema que se arrasta há 10 anos, o qual impedia que os fundos europeus financiassem a barragem, porque os governos de Portugal não utilizaram argumentos claros, convincentes e coerentes ao longo deste tempo», explicou.

Macário Correia mostrou ainda o desejo de que não sejam os consumidores a arcar com parte dos 40 milhões de euros necessários para a obra, muito embora o também autarca de Tavira diga que parece ser essa a intenção do Governo.

Opinião contrária também o ministro do Ambiente, Nunes Correia, que, há alguns dias, tinha anunciado «com satisfação que, no caso específico do Algarve, não será preciso aumentar as tarifas para construir a barragem».

A Liga Portuguesa da Natureza admitiu a derrota na tentativa de impedir a construção da barragem, mas sublinhou que o processo levado a cabo pelos ambientalistas também resultou em algumas vitórias, traduzidas em contrapartidas ambientais.

«O Governo português comprometeu-se a tomar uma série de medidas mitigadoras na barragem, o que só de si significa que a Comissão Europeia entendeu que a barragem traz problemas ambientais, por isso é que pediu todas essas medidas», explicou Alexandra Cunha.

Redação