O Governo está preocupado com as suspeitas de concertação no aumento dos combustíveis. O secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor já pediu a intervenção da Autoridade da Concorrência.
A secretaria de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor pediu à Autoridade da Concorrência para que investigue se está a haver concertação de preços dos combustíveis pelas gasolineiras.
Segundo noticia esta terça-feira o «Jornal de Negócios», o Governo admite intervir caso as suspeitas se confirmem.
Ouvido pela TSF, o secretário de Estado Fernando Serrasqueiro explicou que o Governo está a tentar perceber como funcionam os sistemas de arredondamentos de preços de todas as actividades que os utilizem, como é o caso das gasolineiras.
No caso das gasolineiras, o governante adiantou que em causa estão diversas queixas, quer ao nível de definição de contratos quer ao nível da fixação de preços.
Ouvido pela TSF, o presidente da Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis, Augusto Cymbron, diz não acreditar na possibilidade de existir uma concertação e desvaloriza a questão do arredondamento dos preços.
«Não faz sentido nenhum. Os combustíveis são facturados pelas companhias com três casas decimais. O que pode acontecer é realmente haver um arredondamento para o cêntimo a seguir na totalidade dos litros entregues. Estamos a falar de uma média de dez a quinze litros por revendedor haver arredondamentos na ordem dos 0,4 cêntimos»., explicou.
Para a DECO, a questão é vista de outra forma. Jorge Morgado, da Associação de Defesa do Consumidor, alerta para a situação de «oligopólio entre a galp e mais duas ou três concorrentes, pelo que é muito fácil concertar preços e marginalizar os pequenos revendedores».
Para aquele responsável, esta situação já devia ter tido uma reposta por parte da Autoridade da Concorrência.