economia

Jerónimo exige maior protecção às pequenas empresas

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, exigiu esta terça-feira do Governo mais protecção às micro, pequenas e médias empresas, defendendo que o sector não tem condições para competir no mercado face à concorrência de Espanha.

Jerónimo de Sousa afirmou que «a modernidade, a competitividade, a produtividade e a qualificação são palavras mágicas no discurso económico», mas salientou que «a questão que se coloca é saber quais são as condições dadas às micro, pequenas e médias empresas para que possam corresponder a estas palavras mágica»

No final de um encontro com representantes de associações de micro, pequenos e médios empresas de Lisboa, Setúbal e Alentejo, Jerónimo de Sousa alertou que os previstos aumentos da electricidade «de 8 a 9 por cento em média» para a indústria e o aumento das taxas de juro serão factores que em 2007 «terão um impacte brutal na vida das pequenas e médias empresas».

«O pagamento especial por conta, a taxa do IVA, sobretudo nas zonas fronteiriças, vão ter consequências ao nível da competitividade das pequenas empresas, que asseguram 60 por cento do emprego e 80 por cento da economia», disse.

O líder do PCP reclamou do Governo «bom senso» na definição de «mecanismos de protecção» ao sector, frisando que «mesmo ao lado, o Governo espanhol protege e age em defesa dos seus interesses».

Alguns dos empresários presentes na reunião, que decorreu na sede nacional do PCP, em Lisboa, alertaram para a «situação muito difícil» tanto no comércio tradicional como na construção civil.

«Montes de comerciantes do Algarve têm ido abastecer-se a Espanha. É tudo mais barato e eles [os empresários] ou fecham ou mudam-se para Espanha. Até as rendas são mais baratas», afirmou José Guerreiro, do sector do comércio.

Quintino Aguiar, presidente da Confederação Portuguesa de Micro, Pequenas e Médias Empresas, afirmou igualmente ter conhecimento de que vários pequenos empresários portugueses já optaram por trabalhar em Espanha e contou que «quatro dos cinco dirigentes de uma associação de pequenos empresários da construção exercem lá a sua actividade».

Por seu lado, José Manta, da Associação de Pequenos Empresários da Construção Civil de Setúbal e Alentejo, referiu «carências enormes» no apoio para formação profissional no sector.

Redação