Diz-se que Deus é brasileiro mas Lula no Palácio do Planalto pode ser um sarilho dos diabos, um novo paradigma para os paradoxos da política ou um milagre bem português.
Mais do que um perigo argentino ou uma nova ameaça
castrista vinda da venezuela, o Lula «light» feito pelo marketing político mais parece um paradoxo português suave e sem filtro.
O Brasil vai ser um novo laboratório político nestes tempos de anti-americanismo primário e reciclagem das ideologias num caldo de cultura pós moderno.
Em vez de prometer levar a classe operária ao paraíso, Lula
limitou-se a dizer que primeiro vai fazer o que é urgente, depois o que for possível e só depois o impossível. Como slogan nega o Maio francês de outras revoluções.
Lula fez passar a direita pelo seu torniquete de torneiro mecânico e a esquerda julga ainda que não existe pecado do lado de baixo do equador. Veremos.
O que se sabe é que o Brasil teve o presidente mais europeu de toda a América Latina e que, a partir de agora, Fernando Henrique Cardoso pode finalmente dedicar-se á sociologia na observação directa do seu sucessor.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m