O Equador virou à esquerda em vez de dividir o norte do sul, a Casa Pia de Lisboa revelou-se local de crueldade e a mancha de crude espanhola mostra que acabaram os quixotismos ambientais.
A marcha do mundo é cada vez mais paradoxal e por isso precisamos de boas notícias mesmo que sejam do passado.
Por isso aqui vai uma história que permanece secreta, passada em 1996, com um petroleiro português que teve um
fim feliz.
Foi-me contada há dias pelo ex-presidente da Petrogal Manuel Ferreira de Oliveira e teve como protagonista o barco Galpfunchal que entretanto foi para a sucata, mas cujo comandante merece hoje ser recordado como um
verdadeiro herói do mar.
Vindo do Golfo Pérsico o navio português foi apanhado pela tempestade no Cabo da Boa Esperança e começou a perder crude.
Tentou entrar num porto da África do Sul mas foi impedido de se aproximar pelas autoridades locais. Tudo longe dos olhares da imprensa internacional.
Foi então que o comandante do Galpfunchal conseguiu levar o petroleiro para a ilha de Moçambique.
Lá transferiram discretamente o combustível para outro petroleiro e assim se evitou um derrame maior que o do Prestige.
A história, repito, passou-se há meia dúzia de anos, mas como precisamos de boas notícias, aqui fica esta real, com fim feliz e ainda secreta para ver se nos animamos.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m