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Acreditar

O ano vai acabar como começou. Corremos o risco de chegar a 2003 e regressar ao século passado.

Antes do Natal o calendário político português ainda vai tropeçar na greve geral da CGTP, mas o ano capicua de 2002 está quase no fim e o balanço provisório possível aponta para a continuação da crise financeira, do crude

nas notícias e da luz apagada no fundo do túnel.

Perdeu-se a capacidade de acreditar na viragem popular e já quase ninguém ousa dizer ano novo vida nova. É preciso recuperar a tradição e tentar ter alguma fé na esperança de que os economistas mais pessimistas se enganem.

Francisco José Viegas diz hoje no Jornal de Notícias que ninguém tem tantas opiniões como os economistas, tirando os adeptos do futebol e o dr. Soares que em vez de puxar pela calculadora aponta sempre soluções políticas para os défices da nossa mobilização colectiva.

Talvez seja isso no fundo o que nos falta. Fé em Portugal. Quem quiser acreditar em Deus que acredite, faz muito bem. O problema, do meu modesto ponto de vista, é que, por este caminho, Deus pode deixar de acreditar em

nós...

Palavras Cruzadas

Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m

Redação