Acaba de ser publicado um livro de instruções sobre a forma mais rápida de salvar Portugal em língua portuguesa. As palavras não são estáticas e muitas delas têm sentido dinâmico pontual determinado pela conjuntura.
Pagar portagem, por exemplo, significa hoje em puro português travar a fundo na autoestrada para combater o defice público quando o fim ano do ano se aproxima a grande velocidade.
CREL já não é só a Circular Regional Exterior de Lisboa mas um país estrangulado na Europa do alargamento. E alargar, significa em português bruxelense, reduzir a nossa margem de manobra.
É neste contexto que o verbo reformar, significa hoje em puro português, salvar este país. Reformar não é deixar de trabalhar porque a segurança social está ela própria a aposentar-se.
Seria perigoso continuar este jogo de palavras e por isso vou directo ao significado redentor que a ideia de reformar pode ter porque é hoje lançado um livro intitulado Reformar Portugal.
É um volume com propostas de diversas personalidades públicas para salvar Portugal com coordenação do Prof. Valadares Tavares, Abel Mateus e Sarsfield Cabral.
Partindo da ideia de que diagnósticos sobre o país há muitos, os autores procuram receitas possíveis para meter mãos à obra. E ler este grande livro é por isso ultrapassar as
tormentas de que falava o poeta da hora absurda quando dizia que projectos para salvar este país há muitos, há muito tempo. Só falta mesmo um. Que é, precisamente, salvar Portugal.
Palavras Cruzadas
Crónica diária, de segunda a sexta, às 10h30m