Na República Popular da China, as autoridades podem estar a censurar cerca de 10% dos conteúdos da internet. A intenção é evitar o acesso a informação sobre ideias e pessoas que tenham ideias divergentes do regimen de Pequim.
Um estudo recente do Centro Berkman sobre Internet e Sociedade, da Universidade de Harvard, revela que numa amostra de 200.000 sites, mais de 50.000 estão inacessíveis aos cibernautas chineses.
Sites a favor de um governo democrático, ou sobre Taiwan e o Tibete, estão entre os mais censurados. O mesmo acontece com sites dedicados à saúde, à banda desenhada e aos entusiastas da ficção científica.
No entanto, outros materiais perseguidos noutros locais, conseguem iludir o olhar atento dos censores chineses. O exemplo mais significativo é a pornografia. Enquanto a Arábia Saudita bloqueia quase 90% dos sites pornográficos existentes na Web, a China apenas limita o acesso a 13%.
Estes critérios para bloquear sites revelam os pontos sensíveis para cada governo. Os sites que podem constituir uma ameaça à sua autoridade, são os mais censurados.
Mas o problema é mais vasto. Como o software utilizado actua seleccionando os sites pela direcção IP, se por acaso vários sites estão alojados no mesmo servidor, mas apenas um é considerado ofensivo para o governo, todos acabam por ficar inacessíveis aos cibernautas chineses.
Os sites noticiosos são filtrados com mais cuidado. As páginas da CNN e do Slashdot só ficam bloqueados nos dias em que trazem notícias que são consideradas desconfortáveis para o governo chinês.
Para os interessados em conhecer os sites censurados pelas autoridades chinesas, a lista encontra-se na própria internet.
Mas não é preciso ir à China para tropeçar neste desconforto que é a censura à internet. Em Espanha já o mesmo aconteceu, com o bloqueio aos sites do Batasuna. Num complexo jogo do gato e do rato, vários sites da organização basca continuaram acessíveis a partir de servidores não espanhóis. Alguns mantêm-se apenas com uma mensagem para quem lá chegue : "Pela liberdade de expressão e pensamento. Não ao delito de opinião."
Um assunto aberto à discussão que, em tempos difíceis, acabará por chegar.
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