Sociedade

Médicos ameaçam com mais (e diferentes) formas de luta

Diana Quintela / Global Imagens

Depois da greve da semana passada, sindicatos reúnem com o Ministério da Saúde e dizem que a "esgotou-se a margem de paciência para encenações negociais".

Menos horas extraordinárias, menos horas de trabalho nas urgências e menos 350 utentes por médico de família. Estes são os três principais pontos que as duas estruturas sindicais dos médicos levam para a mesa na reunião desta terça-feira com o Ministério da Saúde depois da greve de dois dias da semana passada. Se não tiverem sinais positivos, os médicos prometem novas (e diferentes) formas de luta.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) explica á TSF que, depois de um ano em reuniões sem resultados e em "encenações negociais", o ministério tem agora de dar sinais claros de que pretende uma negociação eficaz e rápida.

Caso contrário, Mário Jorge Neves diz que podemos ter uma nova greve mas também uma recusa dos médicos em fazerem mais que as 200 horas extraordinárias por ano (paralisando muitos serviços a partir de maio).

Outra hipótese em cima da mesa é os médicos mais velhos recusarem-se a fazer urgências, algo que está previsto na lei mas que nunca foi aplicado para evitar atrasos no atendimento.

Para não avançar com novas formas de luta as duas estruturas sindicais exigem o fim das medidas que dizem que foram anunciadas como provisórias durante a troika, com a FNAM a afirmar que a "margem de paciência para encenações negociais esgotou-se, pelo que o governo tem de dar sinais claros nesta nova reunião".

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) argumenta que o essencial é diminuir as horas de trabalho dos médicos que aumentaram em 2012 e que deveriam ter sido diminuídas em 2015, recordando que não se admite que os médicos sejam os únicos no Estado a terem de fazer 200 horas extraordinárias por ano e 40 horas de trabalho normal por semana.

Outra das prioridades, explica Jorge Roque da Cunha, é o regresso do limite máximo de 1900 utentes por médico de família para 1550, com os sindicatos a dizerem que o governo tem de ter em conta a adesão à greve da semana passada.