Política

Retórica do Governo sobre investimento na Saúde não casa com a realidade

O líder do PSD Pedro Passos Coelho (E) acompanhado por Luís Montenegro (2E) durante a visita realizada ao Hospital de Faro inserida no âmbito das Jornadas Parlamentares do partido Luís Forra/Lusa

Passos Coelho receia que o governo possa cortar nas despesas com a saúde para conseguir manter o défice.

Depois de uma visita demorada ao Hospital de Faro, Passos Coelho ficou com uma certeza: a retórica do governo sobre o investimento no Serviço Nacional de Saúde não casa com a realidade.

O líder do PSD teme mesmo que para atingir os objetivos propostos em termos orçamentais a Saúde seja penalizada.

O primeiro dia das jornadas parlamentares do PSD, que decorrem até quarta-feira em Albufeira (Faro), começou com 15 visitas simultâneas dos deputados sociais-democratas a vários concelhos algarvios, com Passos Coelho e o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, a visitarem em conjunto o Centro Hospitalar do Algarve e as urgências do Hospital de Faro.

No Centro Hospitalar do Algarve há um investimento previsto de 19 milhões de euros nos próximos três anos. Um centro hospitalar que não tem boas performances para mostrar, onde os tempos de espera para consultas, cirurgias e exames de diagnóstico são maiores do que a média nacional e o número de médicos e enfermeiros escasseia.

Passos lembrou que a construção de um novo Hospital para Faro é uma promessa sempre adiada.

"Sabemos que não o podemos construir de um dia para o outro, mas não aceitamos que o Governo tenha incluído a construção de novos hospitais no Orçamento do Estado para 2017 que até à data não saíram do papel e que nas quatro prioridades não esteja o Algarve", lamentou.

Passos Coelho salientou que, além da população algarvia, a região recebe picos de turistas em várias alturas do ano e considerou que, sem um novo equipamento, "será muito difícil atrair novos médicos e novos enfermeiros".

Questionado sobre a razão por que não construiu esse hospital durante o Governo que liderou, Passos respondeu que na altura "não havia dinheiro" para o fazer, tendo sido dada prioridade à melhoria das urgências do Hospital de Faro.

"Mas há um limite para melhorar o serviço prestado", disse, lamentando que em alturas de "maior normalidade" financeira se mantenham os mesmos problemas.