Nas Conferências do Estoril, o juiz de instrução defendeu que a corrupção é um problema enraizado e que pode nunca ter um fim. Epíteto de "super-juiz" causa "anticorpos", diz Carlos Alexandre.
O juiz de instrução Carlos Alexandre, responsável por processos como Monte Branco, Face Oculta, BPN, Vistos Gold ou Operação Marquês - que envolve o antigo primeiro-ministro, José Sócrates - pede que deixem de o chamar de "super juiz".
O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal foi um dos oradores principais do painel dedicado ao tema "Lutar contra o Crime numa Democracia: Qual o papel e limites do Sistema Criminal e Judicial?", esta terça-feira, nas Conferências do Estoril, no qual participaram também o juiz brasileiro Sérgio Moro e o juiz espanhol Baltazar Garzon
Na intervenção inicial, o juiz de instrução disse que o epíteto de "super juiz" está a criar "muitos anticorpos", que "não se revê nele" e que "tem de parar", sublinhando que é ao Ministério Público que cabem as investigações.
Para lá do epíteto de "super juiz", Carlos Alexandre falou sobre corrupção, para considerar que é um problema enraizado e que pode nunca ter um fim.
"Esta matéria da corrupção é tão antiga como o mundo, sempre existiu e, eu arrisco-me a prognosticar que nunca vai acabar", disse, durante a intervenção, Carlos Alexandre.