Justiça

Juiz Carlos Alexandre: "Esta coisa do super-juiz tem de acabar"

Conferência Lutar contra o Crime numa Democracia Qual o papel e limites do Sistema Criminal e Judicial? com a presença de Baltasar Garzón (Jurista Antigo Juiz Líder da equipa de defesa de Julian Assange Espanha) Carlos Alexandre (Juiz Portugal) Sérgio Moro (Juiz Federal Brasil) e Antonio Di Pietro (Político Antigo Procurador Itália) nas Conferências do Estoril 2017 no Centro de Congressos Jorge Amaral/Global Imagens

Nas Conferências do Estoril, o juiz de instrução defendeu que a corrupção é um problema enraizado e que pode nunca ter um fim. Epíteto de "super-juiz" causa "anticorpos", diz Carlos Alexandre.

O juiz de instrução Carlos Alexandre, responsável por processos como Monte Branco, Face Oculta, BPN, Vistos Gold ou Operação Marquês - que envolve o antigo primeiro-ministro, José Sócrates - pede que deixem de o chamar de "super juiz".

O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal foi um dos oradores principais do painel dedicado ao tema "Lutar contra o Crime numa Democracia: Qual o papel e limites do Sistema Criminal e Judicial?", esta terça-feira, nas Conferências do Estoril, no qual participaram também o juiz brasileiro Sérgio Moro e o juiz espanhol Baltazar Garzon

Na intervenção inicial, o juiz de instrução disse que o epíteto de "super juiz" está a criar "muitos anticorpos", que "não se revê nele" e que "tem de parar", sublinhando que é ao Ministério Público que cabem as investigações.

Para lá do epíteto de "super juiz", Carlos Alexandre falou sobre corrupção, para considerar que é um problema enraizado e que pode nunca ter um fim.

"Esta matéria da corrupção é tão antiga como o mundo, sempre existiu e, eu arrisco-me a prognosticar que nunca vai acabar", disse, durante a intervenção, Carlos Alexandre.