A Câmara Municipal de Lisboa manifestou-se ontem contra a construção de um espaço comercial nas galerias do Campo Pequeno, embora admita viabilizar o projecto caso este seja a única hipótese de salvar a praça de touros.
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) poderá aceitar que as galerias do Campo Pequeno se tranformem num centro de diversões, caso esta seja a única forma de salvar aquele espaço.
Este projecto é da autoria da Sociedade Tauromáquica do Campo Pequeno (a quem a Casa Pia atribuiu o direito de utilização por 99 anos), que o apresentou à autarquia e ao Instituto Português do Património Arquitectónico (IIPAR).
De início, o projecto contemplava a recuperação total do espaço destinado às touradas, a criação de 1 200 lugares de estacionamento e um centro de diversões com 18 mil metros quadrados.
Neste momento, o projecto viu o espaço comercial reduzido para seis mil metros quadrados.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da CML, João Soares garantiu que a autarquia está «a fazer todos os esforços para reduzir ainda mais a a área comercial».
«Caso seja necessário aprovar o projecto para salvar o Campo Pequeno, então a CML deverá aprovar», explicou o autarca.
João Soares alertou ainda para o facto deste espaço se poder tornar assim «mais um foco de perigo em Lisboa».
Aficcionados contra centro comercial
Os vereadores da autarquia, a Casa Pia, a Sociedade Tauromáquica do Campo Pequeno e mais de 60 aficcionados discutiram o futuro da praça de touros,
Durante o encontro, os aficcionados e os vereadores mostraram-se contra a construção do centro comercial.
A Casa Pia e a Sociedade Tauromáquica tentaram, no entanto, explicar a razão do projecto como forma de acarretar as despesas necessárias para as obras a efectuar.
Anunciaram ainda que as obras irão demorar cerca de 18 meses e asseguraram a realização do projecto, que só espera «a aprovação da autarquia», segundo afirmou o administrador da Sociedade, Henrique Borges.
No entanto, o arquitecto da CML, Sérgio de Melo, disse «as soluções arquitectónicas tiveram algumas reservas da parte do IIPAR».
Caso este instituto aprove o projecto, a última palavra será da CML, que se comprometeu a agendar novas reuniões para discutir o futuro do Campo Pequeno.