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Depois da tempestade... a escuridão

Revoltados depois de quase dois dias sem electricidade, os populares saíram à rua e cortaram a EN-108, que liga o Porto a Entre-os-Rios, em Atães. Trinta mil clientes da EDP estão sem energia.

Populares estão a impedir a circulação na EN-108, que liga o Porto a Entre-os-Rios, no lugar de Atães, em Gondomar, protestando contra a falta de energia eléctrica, disse à Lusa fonte da GNR.

A fonte referiu que «não há distúrbios», apenas o corte da circulação de viaturas», por moradores naquela zona, que estão sem energia eléctrica há mais de 36 horas.

Os populares queixam-se que não conseguem sequer contactar a EDP, uma vez que todas as chamadas são atendidas por uma «cassette» informando que todas as avarias estão a ser reparadas.

«Há muitos comerciantes com lojas que não podem abrir por falta de energia, restaurantes e mercearias com enormes prejuízos, uma vez que os géneros alimentares que estavam em frigoríficos e estão agora a deteriorar-se», disse à Lusa um residente na zona.

A Lusa tentou contactar a EDP no Porto para obter uma explicação para a situação mas tal não foi possível, uma vez que ninguém atende qualquer dos telefones da empresa.

Um comunicado estava previsto durante a tarde com um levantamento da situação, mas ao fim da tarde ainda não havia qualquer informação por parte daquela empresa.

Entretanto, os Sapadores Bombeiros foram chamados para escorar mais uma casa que ameaçava ruína no Bairro da Tapada, nas Fontaínhas, na zona onde se verificou quinta-feira uma derrocada.

A fonte referiu que se trata ainda de uma consequência da instabilidade do terreno na zona, sendo de prever que venham a ser necessárias várias intervenções deste tipo nos próximos dias, enquanto o terreno não estabilizar.

«Os bombeiros continuam em alerta na zona, com um piquete pronto a intervir a qualquer momento», referiu a mesma fonte. Entretanto, um responsável do Centro de Prevenção de Cheias da Capitania do Douro disse à Lusa que o nível das águas do Douro continua a descer lentamente, sendo provável que regresse ao seu nível normal sábado.

«Felizmente as previsões meteorológicas são-nos favoráveis, pelo que a situação deverá regressar à normalidade nas próximas 24 horas», referiu a mesma fonte.

Trinta mil às escuras

Trinta mil clientes da EDP, em particular na zona Norte e Litoral Centro do País, permaneciam às 18:00 de hoje sem energia, devido a anomalias provocadas pelo mau tempo, informou a Electricidade de Portugal.

A situação é menos grave que às 12:00 de hoje, altura em que estavam ainda cerca de 80 mil clientes privados do normal abastecimento de energia eléctrica, uma vez que «algumas das zonas afectadas eram de muito difícil acesso e as avarias de difícil reparação técnica».

«Esperamos que até ao final do dia de hoje fiquem reparadas todas as avarias verificadas nas redes de média tensão, sendo sucessivamente repostas as linhas de baixa tensão ainda afectadas», diz a EDP, em comunicado.

As localidades ainda afectadas pelos cortes de energia são: Viana do castelo, Ponte da Barca (distrito de Viana do Castelo), Vila do Conde, Barcelos, Póvoa de Varzim (distrito de Braga), Baião, Famalicão, Ovar, Vila da Feira, Arouca, Vale de Câmara, Vagos (distrito de Aveiro), Penedono, Mangualde, Castro d´Aire, Moimenta da Beira, Aguiar da Beira, Sernancelhe, Vila Nova de Paiva (distrito de Viseu), Montargil, Rossio de Abrantes (distrito de Santarém), Cercal, Almodovar, Vila Nova de Mil Fontes (distrito de Beja).

A EDP lamenta as situações de interrupção de energia sofridas pelos seus clientes e reafirma «o seu empenhamento na resolução das anomalias ainda existentes no mais curto espaço de tempo».

Segundo a empresa, desde a primeira hora foram mobilizados todos os recursos possíveis, designadamente 1.500 trabalhadores da EDP, 900 trabalhadores de empreiteiros ao serviço da EDP, 600 viaturas da EDP e 400 viaturas de empreiteiros contratados pela empresa.

Na madrugada de quinta-feira, o temporal chegou a privar dois milhões de clientes do normal abastecimento de energia eléctrica.

Redação