Os 122 países que participam na cimeira ambiental da ONU chegaram hoje a um acordo para proibir globalmente doze produtos químicos altamente tóxicos. A Greenpeace considera-o como «o princípio do fim da poluição tóxica».
Os 122 países que participam em Joanesburgo na cimeira ambiental das Nações Unidas chegaram hoje a um acordo para proibir globalmente doze produtos químicos altamente tóxicos.
O sexto dia de negociações deveria ter terminado sábado mas continuou pela madrugada de hoje.
O porta-voz do programa ambiental das Nações Unidas, Michael Williams, disse que os participantes aprovaram o tratado às 07:30 horas locais de hoje (09:30 em Lisboa).
Os químicos em causa, dioxinas e PCB, têm sido relacionados com casos de cancro, defeitos congénitos e outras anomalias genéticas.
Um tratado sobre o assunto deverá ser assinado em Maio em Estocolmo (Suécia), mas levará pelo menos cinco anos a ser implementado porque tem de ser ratificado por um mínimo de cinquenta países.
Greenpeace apoia ONU
A organização ambientalista Greenpeace saudou hoje este acordo. Num comunicado, a Greenpeace considera que este constitui «o princípio do fim da poluição tóxica».
«As organizações ambientais gostam do tratado. A indústria pode funcionar com ele, e o povo dos Grandes Lagos ao Alasca precisa dele», afirmou, por seu lado, o chefe da delegação norte-americana à conferência, Brooks Yeager.
Segundo o presidente da cimeira, John Buccini, «o tratado teve o maior apoio possível» e «as pessoas sentiram que não só temos um tratado, como conseguimos um bom tratado».
As negociações para a proibição em todo o mundo de 12 produtos altamente poluidores, os chamados «12 sujos», começaram em Junho de 1998 em Montreal (Canadá). O novo tratado será assinado em Maio próximo em Estocolmo.
Os químicos em causa, dioxinas e PCB, têm sido relacionados com casos de cancro, defeitos congénitos e outras anomalias genéticas.
O tratado prevê a eliminação total de nove produtos facilmente substituíveis, incluindo o PCB, usado nos equipamentos eléctricos, assim como uma redução substancial nas emanações de dioxinas e produtos altamente poluentes produzidos pela indústria.
O acordo prevê, no entanto, a continuação do uso do DDT no combate à malária até serem encontradas outras alternativas.
Muitos destes produtos estão já proibidos nos países industrializados, como é o caso dos PCB. O problema coloca-se com mais acuidade nas nações em desenvolvimento, onde a aplicação de tecnologias modernas menos poluentes têm custos insuportáveis.
Os países em desenvolvimento exigiam a criação dum novo mecanismo de financiamento para a modernização das suas industrias, mas os países doadores decidiram manter temporariamente o Fundo Global para o Ambiente (GEF), instituindo novas condições para melhorar o seu funcionamento.