A linha do Tua estava limpa dez minutos antes do descarrilamento, disse um porta-voz da Refer. A locomotiva ainda está submersa e o maquinista continua desaparecido.
«A linha foi vistoriada e estava limpa dez minutos antes do descarrilamento», garantiu hoje Rui Rio, porta-voz da Refer.
Em declarações à Lusa, este membro do Gabinete de Relações Públicas da empresa assegura que «uma equipa de vistoria tinha percorrido a zona dez minutos antes do desastre e a linha estava limpa».
A mesma fonte esclarece que equipas da REFER estão desde as 12:00 a vistoriar os taludes sobre a linha, que se encontram muito instáveis em consequência das chuvas.
Uma equipa de mergulhadores dos bombeiros de Mesão Frio e Régua continua as buscas para encontrar o maquinista, mas o estado barrento das águas do Douro, devido ao mau tempo, dificulta a visibilidade debaixo de água.
Dos cinco feridos que deram entrada no Hospital da Régua, apenas o condutor/ajudante de maquinista, que ia aos comandos da composição ferroviária, inspira cuidados médicos, mas «está livre de perigo», disse o porta-voz da CP.
Devido à colisão com as pedras e terra que obstruíram a via férrea - uma das pedras tem mais de dois metros de diâmetro -, a locomotiva caiu ao rio, originando ainda o descarrilamento de duas das cinco carruagens que o comboio transportava.
Segundo fonte da CP, além do condutor/ajudante do maquinista, foram assistidos no hospital da Régua outros quatro passageiros, que sofreram apenas ferimentos ligeiros.
Os cinco feridos, que deram entrada no Hospital da Régua, receberam alta, o mesmo acontecendo com dois dos três acidentados tratados no Centro de Saúde de Baião, acrescentou a mesma fonte.
O ferido ainda internado poderá ter sofrido de fractura numa das mãos.
Os passageiros do comboio acidentado e dos seguintes foram transportados em autocarros, estando a CP a proceder ao transbordo entre as estações de Rede (Mesão Frio) e Ermida (Baião).
O secretário de Estado da Administração Marítima e Portuária, José Junqueiro, já está no local do acidente, em representação do ministro Jorge Coelho, que se encontra no estrangeiro.
Segundo a Lusa apurou no local, as operações de remoção da locomotiva e das carruagens descarriladas são «bastante complicadas», prevendo os técnicos da CP que só terminem no fim do dia de hoje.
A linha do Tua vai ficar, assim, encerrada entre Ermida e o Tua, para vistoria pormenorizada das barreiras que circundam a via férrea, acrescentou a mesma fonte da CP.
«Devido à chuva intensa, há barreiras que estão com muita água e instáveis», disse ainda o porta-voz da CP, salientando que a circulação poderá ficar interrompida «o tempo necessário para fazer a vistoria, que poderá ser um ou dois dias».
O acidente de hoje ficou a dever-se a pedras e ramos de árvore, arrastados para a via férrea pela lama desde uma das barreiras junto à linha.