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Médico justifica voto contra

O professor da Universidade de Coimbra, Massano Cardoso, foi o único cientista do grupo de trabalho médico a votar contra a co-incineração. O investigador afirma que ainda subsistem dúvidas sobre o processo.

O grupo de trabalho médico concluiu, por maioria, que a co-incineração é inofensiva para a saúde das populações de Souselas e Outão. Apenas Massano Cardoso, professor de medicina da Universidade de Coimbra, votou contra esta posição, por admitir que ainda subsistem dúvidas sobre o processo.

«Tenho suspeitas de que a co-incineração pode constituir um perigo para as populações envolventes, como tal tive que votar contra. Tenho dúvidas de natureza científica acerca dos riscos acrescidos que possam ocorrer para essas comunidades.»

Mas se não existir outra alternativa, para diminuir o impacto dos resíduos industriais perigosos na saúde das pessoas é preciso cumprir «rigorosamente» as conclusões do relatório do grupo de trabalho médico.

Os cientistas «apontam um conjunto de atitudes e comportamentos que agora terão que ser respeitados de uma forma muito criteriosa para salvaguardar os interesses das pessoas», acrescentou Massano Cardoso.

O médico fez questão de salientar que o facto de trabalhar em Coimbra não pesou na sua decisão sobre a queima de resíduos perigosos.

Ao contrário da opinião de Massano Cardoso, os outros cientistas concluíram que a substituição de uma parte do combustível dos fornos de cimento por resíduos industriais perigosos, não representa um aumento de emissões de gases nocivos.

O grupo de trabalho médico preparou um relatório para completar as conclusões da Comissão Científica Independente, que escolheu as cimenteiras de Souselas e Outão para a queima de lixo tóxicos.

Redação